Feliciano questiona Dilma sobre encontro com gays: 'somos invisíveis?'

Presidente da Comissão de Direitos Humanos reclama de falta de diálogo por parte do governo

28 jun 2013 - 17h00
(atualizado às 17h12)
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara ainda não foi chamado por Dilma para conversar sobre a "Cura Gay"
O presidente da Comissão de Direitos Humanos da Câmara ainda não foi chamado por Dilma para conversar sobre a "Cura Gay"
Foto: Reprodução

Fora da lista de conversas com a presidente da República após a onda de protestos que vêm sacudindo o País, o polêmico deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) se disse incomodado com o encontro de Dilma Rousseff com representantes de movimentos de jovens e ativistas gays. Nesta sexta-feira, por meio do Twitter, o presidente da Comissão de Direitos Humanos (CDH) da Câmara questionou: "Somos invisíveis?" Até o momento, ele não foi chamado pela presidente para conversar.

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Em um post do pastor Silas Malafaia, líder da Assembleia de Deus Vitória em Cristo, retuitado por Feliciano, os evangélicos são convocados a "acordar". "Povo evangélico, acorda! Dilma se encontra com representante da Igreja Católica, LGBT (lésbicas, gays, bissexuais e transsexuais), vadias e etc. E nós? NADA! Depois vai querer o nosso voto em 2014", afirmou Malafaia.

Após a afirmação da ministra Maria do Rosário (Secretaria dos Direitos Humanos) de que o governo ia se mobilizar para impedir a aprovação do projeto da "cura gay" - que permite a psicólogos oferecer tratamento para a homossexualidade -, Feliciano aumentou o tom das críticas contra Dilma. A proposta foi aprovada pela Comissão de Direitos Humanos, mas ainda precisa passar por mais duas comissões da Câmara. 

Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País

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Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.

A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus; a mobilização surtiu efeito, e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas; o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.

O grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São PauloRio de JaneiroCuritibaSalvadorFortalezaPorto Alegre e Brasília.

A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. “Essas vozes precisam ser ouvidas”, disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.

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Fonte: Terra
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