O deputado federal Marco Feliciano (PSC-SP) postou em sua conta no Twitter o diploma de "defensor dos direitos humanos" que recebeu na quinta-feira. "Fiquei emocionado ao ser homenageado pela Federação Brasileira de Defesa dos Direitos Humanos. A Deus toda glória", escreveu o pastor na rede social.
O documento, que traz o nome do parlamentar escrito como "Marcos", teria sido obtido após "aprovação em um curso e do Conselho Consultivo". Segundo o diploma, desde ontem o pastor "passa a gozar de todas as prerrogativas ao cargo, respaldado pela Assembleia Geral das Nações Unidas (ONU), na resolução 53/144, de 9 de dezembro de 1998, e protegido pelo decreto 6.044/07".
Uma nota no site da FBDH, repleta de erros de digitação e de português, informa que o presidente da entidade, Elizeu Fagundes Rosa, se encontrou com Feliciano e pretende "conhecer 'as proposta' de trabalho do deputado frente à Comissão dos Direitos Humanos e Minorias", para a qual o parlamentar foi eleito presidente recentemente sob protestos e acusações de "homofóbico e racista".
Segundo o registro do CNPJ da federação, a entidade tem como atividade principal a defesa de direitos sociais e, secundariamente, ações ligadas à cultura e à arte. A FBDH também diz, com erros de português, querer "coloborar na defesa das minorias, grupos vuneraveis e na politica de telerancia religiosa".
Para o presidente da federação, o deputado tem a oportunidade de mostrar o seu trabalho, provando que tem capacidade de continuar na presidência da CDH. "É muito cedo para julgar a administração de alguém no início do seu trabalho", alegou Rosa no comunicado. "A federação vai intermediar com alguns grupos de direitos humanos uma forma de deixar o deputado Feliciano trabalhar nos primeiros meses de sua presidência frente à comissão para ele provar o contrário do que as pessoas propagam ao seu respeito", completou.
A nota ainda diz que a eleição do pastor para a presidência da comissão foi legítima, democrática e legal e cabe ao colegiado julgar a sua permanência ou não no cargo. Para completar, a federação escreveu que "se mostrou preocupada com o novo cenário politico atual e que violar a Constituição em nome de uma bandeira ou um grupo, causando baderna, depredando igrejas, usando e incitando a violência fere o Estado democrático de direito".