O ministro da Fazenda Joaquim Levy cometeu uma gafe durante uma palestra, em inglês, a ex-alunos da escola de negócios da Universidade de Chicago na semana passada. Recém-chegado ao governo Dilma, o ministro disse que a presidente nem sempre faz as coisas da maneira mais fácil e efetiva, embora tenha um desejo genuíno de acertar.
"Acho que há um desejo genuíno da presidente de acertar as coisas, às vezes não da maneira mais fácil, mas... Não da maneira mais efetiva, mas há um desejo genuíno", disse o ministro na palestra.
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Essa porém, nem de longe foi a primeira gafe de um ministro ou de um político da base governista. Do famoso “relaxa e goza” de Marta Suplicy a “carne por ovo” do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, relembre gafes dos políticos.
1- Mantega e o novo avião de Lula
Guido Mantega rendeu muitas matérias quando o assunto era gafe. Uma das mais marcantes do ex-ministro da Fazenda foi quando ele defendeu a compra de um novo avião para a Presidência, que custou, na época, R$ 166,7 milhões.
O então ministro chamou o avião antigo de “sucata voadora” e completou afirmando que quando o então presidente do Fundo Monetário Internacional (FMI), Horst Köhler, viajou a aeronave teve um problema e “muita gente torcia para que caísse”.
2- Lula e Obama “negão”
O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva também não escapou dos deslizes. Assim que surgiram as suspeitas de que o serviço secreto americano estava espionando o governo brasileiro, Lula não perdeu tempo e brincou com o presidente americano. “Eu acho que o Obama está nos ouvindo aqui. Um abraço, negão”, afirmou.
3- Nelson Jobim x povo baiano
O então Ministro da Defesa Nelson Jobim cometeu uma gafe ao discursar em Salvador para cerca de 300 marinheiros e representantes de ONGs durante encontro promovido pela Organização Marítima Internacional, uma agência da ONU (Organização das Nações Unidas).
Pouco depois de cumprimentar as autoridades, o ex-ministro disse que os baianos não gostam de trabalhar. "Não trabalhem demais, porque isso baiano não gosta", afirmou, dirigindo-se aos marinheiros e representantes de ONGs.
4- Ele ou ela? Ministro da Agricultura comete gafe na primeira entrevista
O ex-ministro da agricultura Antônio Andrade cometeu uma gafe logo em sua primeira entrevista. Questionado sobre o tipo de relacionamento que teria com o Ministério do Meio Ambiente. Andrade respondeu que “o ministro do Meio Ambiente é um grande parceiro, um grande companheiro e temos o mesmo objetivo de servir a população brasileira”.
O problema é que o ministério do Meio Ambiente era chefiado por Izabella Teixeira. Isso mesmo, uma mulher.
5- Coisa feia?
O Ministro da Saúde Arthur Chioro foi, no mínimo, infeliz ao se encontrar com um índio vestido com uma camiseta com a foto de Oziel Gabriel, morto em confronto em 30 de maio do ano passado. "Que coisa feia", disse o ministro ao ver a camiseta com a foto. Para disfarçar, Chioro alegou que se referia ao time de Oziel, que estava na foto com a camisa do São Paulo.
6- Voto na oposição?
O ex-ministro da Defesa Nelson Jobim foi um especialista em cometer gafes, mas a principal delas está relacionada à eleição. Quando Dilma Rousseff assumiu a presidência, Jobim herdou o cargo que já ocupava desde o governo Lula.
Contudo, logo de cara desagradou o governo ao admitir publicamente que votou em José Serra (PSDB) nas eleições de 2010 e ter feito críticas à condução política da administração de Dilma.
7- Marcos Valério ou Marco Aurélio?
O ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Ayres Britto descontraiu – mesmo que sem querer – o clima do Tribunal durante uma sessão em 2012. Britto confundiu o nome do colega Marco Aurélio Mello com o do publicitário Marcos Valério, um dos principais réus do processo do Mensalão. Ninguém conseguiu manter a seriedade com a gafe.
8- De volta para o futuro?
A ex-ministra do Planejamento Miriam Belchior cometeu uma gafe ao chamar a presidente Dilma Roussef de “presidenta Lula” durante o anúncio das medidas na área de pessoal com o corte no orçamento. A gafe só foi percebida após aviso do ministro da Fazenda, Guido Mantega.
9- Eterno relaxa e goza
Um dos casos mais emblemáticos se deu com a ex-ministra Marta Suplicy. A frase mais famosa da política foi dada quando ela ainda era ministra do Turismo. Em pleno caos aéreo de 2007, ao ser questionada sobre que incentivo teria o brasileiro para viajar, ela disse “relaxa e goza, porque depois você vai esquecer todos os transtornos”.
10- Messi espanhol?
A aproximação da Copa do Mundo parece não ter feito muito bem ao ex-ministro do Esporte – e atual Ministério da Ciência, Tecnologia e Inovação - Aldo Rebelo. O político quis despir da condição de ministro do Esporte para palpitar sobre as chances da Seleção Brasileira na Copa do Mundo de 2014 e acabou cometendo um “pequeno” equívoco. O ministro confundiu só (?) a nacionalidade de Lionel Messi.
“Tire o Messi da Espanha e a seleção espanhola não é acima do normal", palpitou Rebelo, sem se lembrar de que, sem o argentino que atualmente veste a 10 do Barcelona, o time ibérico conquistou a Eurocopa de 2008 e o Mundial de 2010.
11- Copa das Copas
A Copa do Mundo parece realmente ter abalado o Ministério dos Esportes. Após declarações fortes do secretário-geral da entidade, Jérôme Valcke, dizendo que o País merecia um “chute no traseiro”, o governo decidiu se manifestar solicitando o afastamento do secretário.
Contudo, cometeu alguns erros como mandar a correspondência para o endereço errado ao da sede da Fifa e escrever de maneira errada o nome do presidente da entidade, Joseph Blatter.
12- Turismo no lugar errado
O Ministério do Turismo também cometeu seus erros. No final do ano passado, a pasta convidou os turistas para conhecer o Rio de Janeiro, destacando a Baía de Guanabara. Até aí tudo bem, já que a sugestão era realmente boa a não ser por um pequeno detalhe. A imagem compartilhada pelo ministério não era do local indicado.
13- “Parabéns pra você”, não, pera...
Outra vez o Ministério do Turismo. A pasta confundiu a data de aniversário do Recife e parabenizou a cidade pelos seus 478 anos um dia antes do correto. "Hoje a capital pernambucana, terra do Frevo, Maracatu e muita história completa 478 anos", dizia a mensagem, postada na data errado. O ministério se desculpou no dia seguinte e, para não perder o costume, enviou novamente os parabéns.
14- Carne por ovo
Outra declaração que gerou muita polêmica partiu do secretário de Política Econômica do Ministério da Fazenda, Márcio Holland, que sugeriu que a população brasileira fique atenta à possibilidade de substituir produtos à mesa.
Com a alta no preço da carne, ele disse que “Há uma série de outros produtos substitutos (para a carne) como frango, ovos e aves (...) que vêm apresentando comportamento benigno neste ano”. A declaração não foi perdoada e bastante utilizada por Aécio Neves (PSDB) contra Dilma Rousseff durante a campanha eleitoral de 2014.
15- “300 ou 400 achacadores”
O ex-ministro Cid Gomes encarnou o espírito da gafe e conseguiu ficar marcado mesmo ficando apenas alguns dias à frente do Ministério da Educação. Gomes afirmou na Universidade Federal do Paraná que havia “300 ou 400 achacadores no Congresso". Muitos parlamentares exigiram a saída de Gomes do cargo, principalmente depois que ele manteve as declarações na sessão e cobrou lealdade dos deputados da base.
Gomes não aguentou a pressão e deixou o cargo.