O ministro da Defesa José Múcio confirmou, após encontro com Luiz Inácio Lula da Silva, que a exoneração do comandante do Exército, general Júlio César de Arruda neste sábado, 12, se deve a uma "queda de confiança" do governo em relação a ele. "Evidentemente, depois desses últimos episódios, a questão dos acampamentos, a questão do dia 8 de janeiro, as relações, principalmente do comando do Exército, sofreram uma fratura no nível de confiança", afirmou Múcio.
Segundo apurou o Estadão, Arruda foi exonerado devido a um acúmulo de fatores, incluindo a negativa do ex-comandante do exército em permitir prisões no acampamento em frente ao Quartel General do Exército na noite de 8 de janeiro, quando ocorreram os ataques na Praça dos Três Poderes.
"Precisávamos estancar isso logo no início desse episódio, até para que nós pudéssemos superar esse episódio", afirmou o ministro, em declaração dada a jornalistas no Palácio do Planalto.
Múcio confirmou, ainda, que tratou diretamente com Arruda sobre a demissão e apresentou seu substituto, o general Tomás Miguel Ribeiro Paiva, que ocupava o cargo de comandante militar do Sudeste. "Conversamos hoje com o general que estava no comando logo cedo, o general Arruda, que eu faço as minhas melhores referências. E por isso eu queria apresentar o seu substituto, o general Tomás, que hoje é o novo comandante do Exército ", disse o ministro, sem responder aos questionamentos da imprensa.