Funcionários que atenderam Bolsonaro relatam medo que ele tinha de ser envenenado

Atendentes de comércios que Bolsonaro passou afirmam que conta de ex-presidente era alta pois assessores experimentavam alimentos antes dele

16 jan 2023 - 10h46
Bolsonaro e sua comitiva comendo em Nova York
Bolsonaro e sua comitiva comendo em Nova York
Foto: Reprodução / Instagram

Um dos atendentes dos estabelecimentos comerciais por onde Jair Bolsonaro (PL) passou no município de São Gabriel da Cachoeira, no Amazonas, relatou que o ex-presidente pedia a umas 20 pessoas para provarem a comida antes dele e esperava, pelo menos, 40 minutos para comer o alimento. Segundo uma fonte informou a repórter Paula Litaiff, da Agência Amazônia, ele fazia isso porque tinha muito medo de ser envenenado. 

Bolsonaro esteve em São Gabriel da Cachoeira, nos dias 26, 27 e 28 de maio de 2021, durante a inauguração de uma ponte. Segundo apontam os dados do cartão corporativo do ex-presidente, em um dia ele gastou R$ 23,2 mil em uma pequena padaria da região. Já toda a viagem custou mais de R$ 700 mil.

Publicidade

As despesas de Bolsonaro foram reveladas no último dia 12, e tiveram grande repercussão entre os brasileiros. No total, durante seu mandato, foram R$ 27,6 milhões gastos, e pelo menos R$ 13,6 milhões foram desembolsados em hospedagem, muitas vezes em locais de luxo, contrariando o discurso adotado muitas vezes pelo ex-presidente. Esses altos valores usados no cartão corporativo pelo político geraram memes, críticas e até charges sobre a situação nas redes sociais. 

Um funcionário bolsonarista que o atendeu no Amazonas criticou, em entrevista à Agência Amazônia, a má repercussão que isso teve para o ex-presidente. “O que a mídia está fazendo é uma grande injustiça com o presidente sobre esses gastos com cartão. Ele era muito perseguido e, por isso, pedia para as pessoa provarem a comida antes dele, para ver se estava envenenada”, afirmou.

Ele ainda justificou que a conta de Bolsonaro era alta porque várias pessoas provavam a comida antes dele. “Ele queria comer o que estava em alta entre os turistas”, acrescentou.

A reportagem do Agência Amazônia também esteve em um mercado de São Gabriel da Cachoeira, onde Bolsonaro gastou R$ 17.951,10 durante os três dias que esteve na cidade.  

Publicidade

Ao veículo de notícias, um comerciante afirmou que a assessoria do ex-presidente comprou diversas águas minerais, porque, mesmo lacradas, Bolsonaro pedia aos assessores para abrirem e beberem antes dele.

“O Bolsonaro comentava que os inimigos eram capazes de envenenar a água e lacrar de novo. Ele dizia que era perseguido porque estava fazendo a coisa certa no País, que a gente precisava se unir contra quem queria matar ele (sic)”, disse o vendedor.

O comerciante também afirmou, assim como o atendente do outro comércio, que a conta de Bolsonaro dava cara porque a assessoria do ex-presidente comprava todos os produtos em grande quantidade para que fossem abertos e “testados” antes do consumo dele. 

Estadias

O cartão corporativo do ex-presidente também mostra que ele esteve em locais de hospedagem com pouca estrutura para receber um presidente. Em São Gabriel da Cachoeira, uma funcionária do hotel em que ele esteve afirmou à repórter Paula Litaiff que ele escolhia esses lugares para “confundir os inimigos”.

Publicidade

“Era uma estratégia que ele usava para confundir os inimigos dele aqui na cidade, porque a maioria é petista. Ele dizia que quanto menos o local chamasse a atenção, os inimigos não saberiam onde ele estava e não iam armar uma emboscada para ele”, relatou. 

Fonte: Redação Terra
Fique por dentro das principais notícias
Ativar notificações