G20: ministro diz que Milei resistiu a entrar em Aliança de Combate à Fome por 'defesa do liberalismo'

Aliança Global Contra a Fome ganha adesão tardia da Argentina, marcada por tensões entre Lula e Milei

18 nov 2024 - 16h58
Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que a Argentina não havia aderido ainda por estar em "processo de entendimento"
Ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, afirmou que a Argentina não havia aderido ainda por estar em "processo de entendimento"
Foto: Ricardo Moraes

Uma das grandes novidades do primeiro dia da Cúpula de Líderes do G20 no Rio de Janeiro foi o lançamento oficial da Aliança Global Contra a Fome e a Pobreza, com a adesão de 148 membros. O último país a firmar o compromisso nesta segunda-feira, 18, foi a Argentina, liderada pelo presidente Javier Milei.

Mesmo com a demora, o ministro do Desenvolvimento e Assistência Social, Família e Combate à Fome, Wellington Dias, revelou que o país participou de toda a construção do projeto e que ainda não tinha aderido pois estava em “processo de entendimento”.

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Em coletiva de imprensa, Dias esclareceu a participação dos ‘hermanos’ na aliança. “A Argentina participou desde o primeiro momento em reuniões no Brasil, participou da construção, esteve em um dos fóruns do Mercosul e em outros fóruns também”, destacou.

A frente proposta pelo presidente Lula foi encarada com resistência por Javier Milei, que chamou atenção ao chegar ao primeiro dia da cúpula em um cumprimento frio e interações rápidas com o anfitrião brasileiro.

Os dois chefes de Estado, aliás, têm uma relação distante. Desde que tomou posse, em dezembro do ano passado, Milei não interagia com Lula publicamente e já tinha chamado o presidente brasileiro de “corrupto”.

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Mesmo com a distância, Dias contou que a demora argentina em aderir à aliança fazia parte de um “processo”. “O presidente Milei, quando foi colocado a primeira relação, ainda estava num processo de entendimento, de diálogo”, argumentou.

Questionado, o ministro não negou que Javier Milei tenha ressalvas com a proposta. No entanto, o foco no empreendedorismo teria dado a segurança que o argentino precisava para colocar o nome do país nesta lista.

“Eu acho que ficou bem claro na posição que ele também manifestou: de um lado, ele tem uma posição na defesa do liberalismo, uma defesa de solução pelo mercado, mas algumas propostas que a Argentina defende estão nos termos da aliança, como o caminho da qualificação, do emprego, do apoio ao empreendedorismo. E ele próprio reconheceu que a Argentina, um país que lá atrás tinha um nível de pobreza entre os mais baixos da nossa região e do mundo, agora ultrapassou de 50% em situação de pobreza”, destacou.

A Argentina aderiu à Aliança Global contra a Fome e a Pobreza após o lançamento oficial feito por Lula. A aliança conta agora com 148 membros fundadores, incluindo 82 países, a União Africana, a União Europeia, 24 organizações internacionais, 9 instituições financeiras internacionais e 31 organizações filantrópicas e não governamentais.

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Resistência da Argentina

A Argentina, sob presidência de Javier Milei, vem apresentando resistência para firmar entendimentos comum em temas discutos pelo bloco, como a taxação de super ricos. A Aliança Global contra a Fome e a Pobreza é considerada pelo governo Lula um dos principais frutos da presidência do G20.

O presidente da Argentina, desde que tomou posse, em dezembro do ano passado, se opôs a Lula em questões internacionais e fez ataques ao presidente brasileiro.

Aliado de Donald Trump e Jair Bolsonaro, Milei mantém uma postura com viés ideológico avessa a organismos internacionais. Ainda assim, pediu ao governo brasileiro que assumisse o prédio e as representações diplomáticas do país na Venezuela, após tensões com o regime de Nicolás Maduro.

Em julho, Milei esteve no Brasil e evitou participar de uma Cúpula do Mercosul para acompanhar Bolsonaro em um evento da extrema direita, em Santa Catarina.

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Fonte: Redação Terra
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