Gleisi: Com delação, é insustentável dizer que Bolsonaro não tinha relação com trama golpista

26 jan 2025 - 14h55

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, classificou como "muito grave" a revelação de que a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro e o deputado federal Eduardo Bolsonaro (PL-SP) teriam atuado como defensores de um golpe para impedir a posse do presidente Luiz Inácio Lula da Silva, em 2023. Em publicação no X, ela apontou que a revelação torna "insustentável" a argumentação de que o ex-presidente Jair Bolsonaro não tinha relação com a trama.

A afirmação, feita por Gleisi, é baseada na primeira delação premiada do ex-ajudante de ordens Mauro Cid, divulgada pelo jornalista Elio Gaspari neste domingo em sua coluna nos jornais O Globo e Folha de S. Paulo.

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"Fica cada vez mais insustentável a conversa mole de que Jair Bolsonaro não tinha nada a ver com a trama contra a democracia, que previa até o assassinato de Lula, Alckmin e Alexandre de Moraes", escreveu Gleisi, destacando o suposto envolvimento de Michelle e Eduardo como parte de um grupo "radical" que pressionava o ex-presidente a adotar medidas golpistas. "Eram e ainda são as pessoas mais próximas do inelegível e seus maiores porta-vozes na política", disse Gleisi. Ela também afirmou que "a hora da verdade está chegando".

Segundo o depoimento de Cid, o grupo mais extremo defendia ações armadas e dizia que Bolsonaro teria o apoio de CACs - caçadores, atiradores e colecionadores de armas - para dar um golpe de Estado. O planejamento envolvia inclusive o assassinato de lideranças como Lula, o vice-presidente Geraldo Alckmin e o ministro do STF Alexandre de Moraes.

Apesar das acusações, Michelle e Eduardo Bolsonaro não foram indiciados pela Polícia Federal. O depoimento de Cid também indicou que o deputado tinha maior proximidade com os CACs, enquanto outros integrantes do núcleo mais radical incluíam ex-ministros, senadores e assessores próximos do ex-presidente.

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