Gleisi: Transição viu com "espanto" reação do mercado à fala de Lula

Presidente do PT diz que presidente eleito sempre teve responsabilidade social durante seus governos, e que o mercado financeiro o conhece

11 nov 2022 - 13h56
(atualizado às 14h21)
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante entrevista coletiva em Brasília
Presidente do PT, Gleisi Hoffmann, durante entrevista coletiva em Brasília
Foto: Adriano Machado

A presidente do PT, Gleisi Hoffmann, disse nesta sexta-feira, 11, que o gabinete de transição viu "com espanto" a reação do mercado financeiro à fala do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) na quinta-feira, 10, e destacou que a bolsa de valores voltou a subir após as fortes quedas da véspera.

"Eu não sei o que o presidente Lula falou que pudesse causar uma variação tão grande do sentimento de mercado. Aliás, hoje todos os indicadores aí já voltaram à normalidade. Acho que foi um movimento especulativo, que é muito ruim para o país", disse Gleisi a jornalistas após uma reunião do Conselho Político da transição.

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O mercado reagiu mal na quinta-feira a um discurso em que o presidente eleito afirmou que a responsabilidade fiscal é importante, mas não mais do que a responsabilidade social.

Gleisi reforçou que Lula sempre teve responsabilidade social durante seus governos, e que o mercado financeiro o conhece. "Responsabilidade social e responsabilidade fiscal têm que ter da nossa parte a mesma visão, mas não podemos abrir mão jamais de colocar a responsabilidade social em primeiro lugar porque estamos falando da vida das pessoas", defendeu.

Os comentários da dirigente petista foram feitos depois da primeira reunião do Conselho Político do gabinete de transição, que reúne os 14 partidos que apoiaram Lula na eleição --seja no primeiro ou somente no segundo turno-- ou que concordaram em fazer parte agora do processo de transição.

Segundo Gleisi, um dos consensos da reunião é o apoio à proposta de emenda à Constituição (PEC) que visa retirar do teto de gastos o pagamento dos benefícios do programa Bolsa Família. O restante das questões orçamentárias seria tratado com os recursos que sobrariam dentro do teto de gastos com a retirada do programa. "Esse consenso é importante porque tem reflexo direto no Congresso", disse.

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Segundo a senadora Eliziane Gama (Cidadania-MA), a ideia é concentrar a PEC no Bolsa Família e não colocar outras questões como o reajuste do salário mínimo para "não fugir da questão central".

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