Após o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) declarar inelegível o ex-presidente Jair Bolsonaro, cinco governadores que foram eleitos sob a bandeira do bolsonarismo agora adotam uma postura favorável à reforma tributária. O apoio contrasta com a orientação anterior de voto contrário à matéria.
De acordo com informações de O Globo, a votação revelou uma divisão entre Bolsonaro e os líderes do PL, com base na percepção de que o ex-presidente foi enfraquecido pela inelegibilidade. A sigla ainda está indecisa sobre a imposição de penalidades aos parlamentares que votarem a favor da reforma. Diante das resistências, Bolsonaro adotou um tom mais moderado e pediu "atenção" à sua bancada.
Enquanto Tarcísio de Freitas, do partido Republicanos de São Paulo, lidera as negociações para alterações no texto da Reforma Tributária, Cláudio Castro, do PL do Rio de Janeiro, já declarou que solicitará votos favoráveis à bancada fluminense. Castro afirmou ter comunicado essa decisão ao seu partido.
Ratinho Jr., do partido PSD do Paraná, também destacou que os governadores reconhecem a necessidade de uma reforma tributária. Já Romeu Zema, do partido NOVO de Minas Gerais, que também é apontado como possível sucessor de Bolsonaro, expressou dúvidas sobre a participação dos estados na formação do Conselho Federativo, mas reafirmou a importância da reforma.
Ibaneis Rocha, governador do Distrito Federal e que formalizou apoio a Bolsonaro nas últimas eleições, atualmente se posiciona de forma favorável à Reforma. Ele é filiado ao MDB.
Alguns governadores têm sido interpretados como resistentes em obedecer às orientações de Bolsonaro, inclusive pelo seu silêncio em relação à Reforma Tributária. O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, do PL, não se manifestou publicamente contra a reforma, apesar das pressões de parlamentares ligados ao bolsonarismo.
Tarcísio
O partido PL, ao qual Bolsonaro é filiado, definiu uma orientação para que seus parlamentares votem contra a reforma tributária. No entanto, a sigla ainda não estabeleceu uma posição unânime em relação a possíveis penalidades para aqueles que votarem a favor da reforma, mesmo com alguns governadores do partido orientando nesse sentido.
Segundo o líder do PL na Câmara, Altineu Côrtes, o presidente do partido, Valdemar Costa Neto, está aguardando uma posição clara do governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas, do Republicanos, para definir sua posição. O presidente Bolsonaro tem pedido aos deputados próximos que se oponham à reforma.