Governo diz que rompimento de Cunha é "estritamente pessoal"

Em nota, Planalto reforçou que PMDB tem sido um aliado do PT desde o governo Lula e espera que Cunha tome decisões de maneira imparcial

17 jul 2015 - 15h07
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, anunciou que rompeu relações políticas com o governo Dilma
Eduardo Cunha, presidente da Câmara dos Deputados, anunciou que rompeu relações políticas com o governo Dilma
Foto: Agência Brasil

Poucas horas após o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), anunciar seu rompimento político com o governo da presidente Dilma Rousseff, a Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República divulgou uma nota sobre a decisão do ex-aliado.

No texto, o Planalto ressalta que o PMDB tem sido um aliado do PT desde o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva (2002 – 2010) e que considera a decisão “de cunho estritamente pessoal”.

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“O Governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade”, diz a nota. “Neste momento em que importantes desafios devem ser enfrentados pelo País, os Poderes devem agir com comedimento, razoabilidade e equilíbrio na formulação das leis e das políticas públicas”, completa.

A decisão de Cunha foi motivada pela acusação de que o peemedebista teria recebido US$ 5 milhões em propina para viabilizar um contrato de navios-sonda da Petrobras para a empresa Toyo Setal, segundo denúncia feita pelo empresário Júlio Camargo em depoimento na quinta-feira (16) ao juiz Sérgio Moro, da 13ª Vara Federal de Curitiba.

Cunha reafirmou que há uma tentativa por parte do governo de fragilizá-lo. "Está muito claro para mim que esta operação [Lava Jato] é uma orquestração do governo", disse. Ele lembrou que, desde junho, o Executivo iniciou uma 'devassa fiscal' contra ele e incluiu seu nome na delegacia de maiores contribuintes do país. "Esse tipo de devassa, de cinco anos é um constrangimento para um chefe de Poder".

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Na mesma nota, o governo diz que tem atuado com “total isenção” em relação às investigações da Polícia Federal.

Veja a nota do governo na íntegra:

1) Desde o Governo do Presidente Lula e durante o Governo da Presidente Dilma Rousseff, o PMDB vem integrando as forças políticas que dão sustentação a esse projeto que vem transformando o País. Tanto o Vice-Presidente da República como os Ministros e parlamentares do PMDB tiveram e continuam tendo um papel importante no Governo.

2) O Presidente da Câmara anunciou uma posição de cunho estritamente pessoal. O Governo espera que esta posição não se reflita nas decisões e nas ações da Presidência da Câmara que devem ser pautados pela imparcialidade e pela impessoalidade. O Brasil tem uma institucionalidade forte. Os Poderes devem conviver com harmonia, na conformidade do que estabelecem os princípios do Estado de Direito. E neste momento em que importantes desafios devem ser enfrentados pelo País, os Poderes devem agir com comedimento, razoabilidade e equilíbrio na formulação das leis e das políticas públicas.

3) O Governo sempre teve e tem atuado com total isenção em relação às investigações realizadas pelas autoridades competentes, só intervindo quando há indícios de abuso ou desvio de poder praticados por agentes que atuam no campo das suas atribuições. A própria Receita Federal esclarece que integra a força-tarefa que participa das investigações da operação “Lava-Jato”, atuando no âmbito das suas competências legais, em conjunto com a Polícia Federal e o Ministério Público Federal seguindo determinações dos órgãos responsáveis pelas investigações.

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Secretaria de Comunicação Social da Presidência da República

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Fonte: Terra
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