No mesmo dia em que o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi alvo de operação da Polícia Federal (PF) que investiga registros falsos de vacinação, a conta oficial do governo brasileiro no Twitter fez uma publicação em que ironiza indiretamente os envolvidos no caso.
A publicação, feita na quarta-feira, 3, traz a imagem do Zé Gotinha, símbolo das campanhas de imunização no país, voando no avião presidencial e o seguinte texto: "Vai viajar para o exterior? Regularize suas vacinas!"
A legenda do post também informa que muitos países ainda exigem o protocolo de vacinação para que brasileiros possam visitá-los e que as doses da vacina bivalente de covid-19 já estão disponíveis no País.
"As doses da vacina bivalente de covid-19 já estão liberadas para todos os adultos maiores de 18 anos. Se estiver com alguma vacina atrasada, corre já pro postinho! Tomar vacina, gostoso demais", diz a mensagem.
Fique ligado! Muitos países ainda exigem o protocolo de vacinação para que brasileiros possam visitar. Portanto, informe-se antes de viajar. Além disso, é fundamental para a saúde pública que todos e todas estejam vacinados. pic.twitter.com/VvIVVSzuSS
— Governo do Brasil (@govbr) May 3, 2023
A Operação Venire, deflagrada na manhã de quarta-feira, investiga a inserção de dados falsos de vacinação contra a covid-19. A PF apura se foram adulteradas as carteiras de vacinação de Jair Bolsonaro, de Laura Bolsonaro, filha dele, além das do tenente-coronel Mauro Cid Barbosa, ex-ajudante de ordens do ex-presidente, da esposa e filha de Cid.
Bolsonaro foi alvo de um mandado de busca e apreensão. Na casa do ex-presidente, a Polícia apreendeu o celular dele. Na operação, Mauro Cid e mais outras 5 pessoas foram presas.
A operação foi realizada em Brasília e no Rio de Janeiro. Conforme a PF, os dados falsos foram supostamente inseridos, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. O intuito era burlar as restrições sanitárias vigentes impostas pelo Brasil e Estados Unidos. A apuração indica que o objetivo do grupo seria manter coeso o elemento identitário em relação a suas pautas ideológicas, no caso, sustentar o discurso voltado aos ataques à vacinação contra a covid-19.
Caso sejam confirmadas as suspeitas, os envolvidos podem responder por:
• Crimes de infração de medida sanitária preventiva;
• Associação criminosa;
• Inserção de dados falsos em sistemas de informação; e
• Corrupção de menores.