Em uma resposta induzida pelo relator da CPI da Petrobras, Luiz Sérgio (PT-RJ), a ex-presidente da estatal Graça Foster disse nesta quinta-feira que o esquema de corrupção se formou fora da companhia. O petista questionou, durante sessão da comissão, se a de depoente concordava com a tese de seu antecessor, José Sérgio Gabrielli, de que o esquema não poderia ser captado pela governança da companhia.
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“Se evidencia também para a vossa senhoria de que o esquema de corrupção se formou numa relação fora da empresa Petrobras?”, questionou Luiz Sérgio. “O esquema de corrupção se formou fora da Petrobras”, respondeu Graça Foster.
A pergunta foi feita depois de a ex-presidente da estatal destacar que tanto a auditoria independente como órgãos de controle não identificaram a corrupção na Petrobras. “Entendo que os órgãos de controle melhoraram sim, mas tenho para mim que o descobridor da corrupção foi a polícia. A ser confirmado o cartel, foi a PF”, disse.
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Foto tirada da sede da Petrobras em 2010, no Rio de Janeiro. A empresa está no centro de um escândalo de corrupção investigado desde 2014
Foto: Bruno Domingos
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"Lava Jato" refere-se ao uso de uma rede de lavanderias e postos de combustíveis para movimentar os valores oriundos de práticas criminosas
Foto: Polícia Federal
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O presidente da empreiteira OAS José Aldemário Pinheiro Filho, conhecido como Léo Pinheiro, preso ao ser deflagrada a Operação Lava Jato da Polícia Federal (PF)
Foto: Marcos Bezerra
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O doleiro Alberto Youssef e os Executivos da Empresa OAS, José Adelmário Pinheiro Filho, José Ricardo Nogueira, Agenor Franco Magalhães e Mateus Coutinho de Sá Oliveirapreso da Operação Lava Jato que está detido na sede da Policia Federal em Curitiba, PR, sai para depor na sede da Justiça Federal
Foto: Vagner Rosario
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Após prestar depoimento, o tesoureiro do PT, João Vaccari Neto, deixa a sede da Superintendência da Polícia Federal em São Paulo
Foto: Renato Ribeiro Silva
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Venina Velosa deu seu depoimento à Justiça nesta sexta-feira para operação Lava Jato
Foto: Twitter
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O procurador da República, Carlos Fernando dos Santos Lima (à esq.), os delegado Igor de Paula e Marcio Anselmo e o superintendente regional da PF Rosalvo Franco durante coletiva de imprensa na sede da PF, em Curitiba, sobre a nona fase da Operação Lava Jato
Foto: Vagner Rosario
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Depoimentos ocorreram nesta segunda-feira, em Curitiba (PR)
Foto: Roger Pereira
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O procurador Rodrigo Janot concede coletiva a imprensa no Hotel Mabu, em Curitiba (PR), nesta quinta-feira (11), sobre os indiciados na Operação Lava Jato. São em torno de 20 nomes que serão apresentados pelo MPF ao Juiz Sergio Moro
Foto: Vagner Rosario
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Lava Jato: foragido, Adarico Negromonte se entrega a PF
Foto: Roger Pereira
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Não há provas de que o atual diretor de Abastecimento da Petrobras, José Carlos Consenza, tenha envolvimento com o esquema de pagamento de propina na Petrobras
Foto: Wilson Dias
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Juiz Federal do Paraná, Sérgio Moro, investiga o caso
Foto: Divulgação
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O deputado federal, André Vargas, teve mandato cassado por envolvimento em negócios com o doleiro Alberto Youssef, preso pela Polícia Federal na Operação Lava Jato por participação em um esquema de lavagem de dinheiro
Foto: Gustavo Lima
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Apontado como um dos chefes da quadrilha, o dono de um dos maiores postos de combustíveis da área central de Brasília, próximo à Torre de TV - onde também funciona uma lavanderia e uma casa de câmbio - foi preso
Foto: Polícia Federal
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O grupo investigado seria responsável pela movimentação financeira e lavagem de ativos de diversas pessoas físicas e jurídicas envolvidas em crimes como o tráfico internacional de drogas, corrupção de agentes públicos, sonegação fiscal, evasão de divisas, extração e contrabando de pedras preciosas e desvio de recursos públicos
Foto: Polícia Federal
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João Gualberto Pereira Neto se apresenta voluntariamente na sede da Polícia Federal em Curitiba (PR) - ele veio dos Estados Unidos para Curitiba, para depor sobre o esquema de corrupção de licitação e obras da Petrobras, descoberto na Operação Lava Jato da Polícia Federal
Foto: Vagner Rosario
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O prestador de serviço da Engevix, Milton Pascowitch saindo da sede da Polícia Federal, em São Paulo (SP), após prestar depoimento na nona fase da operação Lava Jato, deflagrada na manhã desta quinta-feira (05).
Foto: Vagner Rosario
Graça Foster deixou a Petrobras em fevereiro, em meio ao escândalo de corrupção da Petrobras. Em seu quinto depoimento no Congresso desde o início do ano passado, a ex-presidente da estatal chegou à sala da CPI cercada por deputados petistas, integrantes e não integrantes da comissão.
Assim como fez no ano passado, Graça Foster disse ter ficado "envergonhada" com denúncias de propina na estatal, como na construção do gasoduto Gasene, na Bahia, enquanto ela era diretora de Gás e Energia. "Ouvi dizer que teve propina. Eu continuo muito orgulhosa, mas envergonhada por causa da propina", disse.
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Questionada se discutiu com a presidente Dilma Rousseff sobre corrupção na estatal, Graça Foster negou, por dizer desconhecer o esquema de propina. "Corrupção, eu não conhecia. Não poderia conversar com ela sobre uma coisa que eu não conhecia."
Apesar de lamentar o escândalo, Graça Foster disse que a Operação Lava Jato mudará a estatal, com o aprendizado na prevenção de contratação de empresas. "Não vamos esquecer nunca o ano de 2014, mas a operação Lava Jato muda a petrobras para muito melhor", disse.
Propina em 1997
Questionada sobre denúncias de propina paga pela holandesa SBM Offshore no Brasil, Graça Foster disse que cancelou contratos com a companhia e comentou a fala do ex-gerente Pedro Barusco. À CPI da Petrobras, o delator disse ter começado a receber propina da empresa em 1997 ou 1998, mas classificou o crime como fruto de uma “iniciativa pessoal”.
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“Eu não consigo imaginar como pode ser verdadeira a fala do Barusco de que ele, sozinho, recebia propina. Até hoje não temos um retrato oficial da propina da SBM. Só temos a fala do Barusco”, disse.
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Graça disse ter "dificuldade de aceitar" que um gestor no meio da linha hierárquica da estatal possa ter feito um acordo para receber propina sozinho.
"Acho que ta;vez nosso colega Barusco possa não ter falado por estar em um processo de delação premiada", disse, sendo questionada mais tarde por que se referiu a um corrupto confesso como "colega". "Foi um ato que deve ter algum significado. Talvez eu não queria ser injusta", afirmou, reconhecendo que o termo era errado.
Para ela, Barusco é um engenheiro admirável e sua fala na delação premiada é "inimaginável". "Ele é um engenheiro naval admirável. Quando a gente vê o Barusco falando de si, é algo inimaginável, a gente pensa que está em outro planeta."
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(À esquerda) o ex-deputado federal Cândido Vacarezza (PT-SP)
Foto: Câmara
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O presidente da Câmara, Eduardo Cunha (PMDB-RJ)
Foto: Reuters
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O senador Fernando Collor (PTB-AL)
Foto: Agência Brasil
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A senadora Gleisi Hoffmann (PT-PR)
Foto: Agência Brasil
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O deputado federal João Alberto Pizzolatti Jr (PP-SC)
Foto: Twitter
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O senador Lindbergh Farias (PT-RJ)
Foto: Daniel Ramalho
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O presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL)
Foto: Reuters
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O senador Edison Lobão (PMDB-MA)
Foto: Câmara dos Deputados
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A ex-governadora do Maranhão Roseana Sarney (PMDB-MA)
Foto: Geraldo Magela
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O senador Humberto Costa (PT-PE)
Foto: José Cruz
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O deputado federal José Mentor (PT-SP)
Foto: Divulgação
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O senador Ciro Nogueira (PP-PI)
Foto: Twitter
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O deputado federal Luiz Argôlo (SD-BA)
Foto: Reprodução
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O ex-ministro das Cidades Mário Negromonte (PP-BA)
Foto: Divulgação
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(À direita) o ex-deputado federal Pedro Corrêa (PP-PE)
Foto: Agência Brasil
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O ex-deputado federal Pedro Henry (PP-MT)
Foto: Antonio Cruz
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O senador Romero Jucá (PMDB-RR)
Foto: Pedro França
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O senador Valdir Raupp (PMDB-RO)
Foto: Divulgação
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O ex-ministro da Casa Civil Antonio Palocci (PT-SP)
Foto: IstoÉ
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O senador Antônio Anastasia (PSDB-MG)
Foto: Ascon de Antônio Anastasia
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A ex-deputada federal Aline Corrêa (PP-SP)
Foto: Divulgação
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O deputado federal José Otávio Germano (PP-RS)
Foto: Agência Câmara
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O deputado federal Nelson Meurer (PP-PR)
Foto: Agência Câmara
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O deputado federal Simão Sessim (PP-RJ)
Foto: Agência Câmara
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O senador Benedito de Lira (PP-AL)
Foto: Agência Câmara
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O deputado federal Vander Luiz dos Santos Loubet (PT-MS)
Foto: Divulgação
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O deputado federal Anibal Ferreira Gomes (PMDB-CE)
Foto: Agência Câmara
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O tesoureiro do PT João Vaccari Neto
Foto: Roosewelt Pinheiro
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O lobista Fernando Soares, apontado como operador do PMDB