Um abaixo-assinado digital foi organizado por pessoas contrárias à possibilidade do deputado federal Jair Bolsonaro (PP-RJ) assumir a presidência da Comissão de Direitos Humanos e Minorias (CDH) da Câmara dos Deputados. Publicado no último dia 7, a campanha reunia 5.381 assinaturas, das 50 mil que almeja, até as 15h55 desta quarta-feira.
“A Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados precisa ser dirigida por gente que tem real interesse na defesa dos Direitos Humanos, ou seja, com compromisso verdadeiro com a defesa da cidadania e da dignidade de todas as pessoas – com atenção especial aos segmentos da sociedade que se encontram em situação de maior vulnerabilidade social”, diz parte do texto que apresenta a campanha contra o parlamentar fluminense.
Conhecido por suas posições conservadoras, Bolsonaro tenta suceder o deputado Pastor Marco Feliciano (PSC-SP) na presidência da CDH. O caminho poderá ficar livre para ele caso o PT abra mão da comissão e o PP não garanta a Comissão de Minas e Energia.
“Pessoas como Marco Feliciano (atual presidente) e Jair Bolsonaro (que articula para ser o próximo presidente da CDH da Câmara) não apenas aviltam e achincalham os direitos de minorias, como LGBTTs, negros, mulheres, entre outros segmentos prejudicados, como também utilizam-se da visibilidade do cargo para obter votos e cargos”, diz a campanha. "Não aceitamos mais esse tipo de manobra interesseira, com finalidades puramente eleitoreiras, que buscam perpetuar na presidência da Comissão de Direitos Humanos da Câmara dos Deputados pessoas sem histórico de trabalho pelos Direitos Humanos no Brasil e que, ao contrário, estão contribuindo para ferir a dignidade de milhões de pessoas.”
Na terça-feira, em meio à negociação para divisão de comissões da Câmara dos Deputados, um grupo de cinco mulheres promoveu um "beijaço" nas dependências da Casa contra a possibilidade de Bolsonaro presidir a CDH. Na mesma linha dos protestos contra Feliciano, as ativistas levaram cartazes a deputados nos quais pediam "mais amor, menos Bolsonaro".
Ontem, Bolsonaro disse que pretende defender o direito das maiorias caso seja eleito à comissão. "Minha proposta é defender o direito das maiorias, e não das minorias. Minorias têm de se calar, se curvar a maioria", disse.
Bolsonaro também defendeu a pena de morte contra a "minoria de marginais que aterroriza a maioria". "Quando se fala em menor vagabundo, como esse que foi preso num poste do Rio de Janeiro, você tem de ter uma política para aprisionar esses caras, buscar a redução da maioridade penal", afirmou.