Atos contra o projeto de abuso de autoridade estão sendo convocados para domingo, em pelo menos 80 cidades do País. Aprovado pela Câmara dos Deputados na semana passada, o texto já passou pelo Senado e, agora, vai à sanção presidencial. A proposta prevê punição a agentes públicos, incluindo juízes e procuradores, em uma série de situações e é considerada uma reação da classe política às operações recentes contra corrupção, como a Lava Jato.
Os protestos são organizados por grupos como Vem Pra Rua, Movimento Avança Brasil e Direita São Paulo. Procurado pela reportagem, o Movimento Brasil Livre (MBL) afirmou que ainda não decidiu se vai participar das manifestações.
Porta-voz do Vem Pra Rua, Adelaide Oliveira criticou o projeto recém-aprovado pelos deputados. "É inadmissível que, depois de renovarmos o Congresso, de o governo ter prometido que trabalharia pelo fim da corrupção, a gente se encontrar numa situação dessas. Um projeto votado em regime de urgência, uma votação que não foi nominal, mal explicada. Não podemos admitir isso e vamos pressionar para ser vetado", disse.
Entidades representativas de juízes, procuradores e delegados também questionaram a urgência com que o projeto foi aprovado e alertaram para um possível "enfraquecimento" do combate ao crime organizado e à corrupção. A aprovação da medida foi criticada por integrantes da força-tarefa da Operação Lava Jato em Curitiba.
De acordo com os grupos que pretendem se mobilizar no domingo, ainda serão alvo dos protestos ministros do Supremo Tribunal Federal - entre eles, Dias Toffoli, presidente da Corte, Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes.
A sucessão na Procuradoria-Geral da República também estará na pauta dos manifestantes. O mandato da atual chefe do Ministério Público Federal, Raquel Dodge, termina no dia 17 de setembro. O Vem Pra Rua disse que vai defender o nome do procurador Deltan Dallagnol, coordenador da Lava Jato em Curitiba, para o cargo.
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