O Movimento Brasil Livre, um dos grupos organizadores dos protestos convocados para domingo contra o governo de Dilma Rousseff, reafirmou neste sábado que pretende "tomar as ruas do país pelo impeachment" da governante.
"O momento atual é muito peculiar" e "as crises econômica e política fazem com que a possibilidade de chegar ao impeachment de Rousseff comece a tomar corpo", declarou em mensagem divulgada pela internet Fernando Holiday, um dos líderes desse grupo.
Os organizadores dos protestos pretendem repetir o ocorrido em março e abril, quando milhões de pessoas participaram das manifestações contra o governo de Dilma.
O Movimento Brasil Livre, formado por jovens que se definem como "liberais", é um dos grupos mais radicais da oposição alheio a partidos políticos e exige ao impeachment de Dilma desde janeiro, quando a presidente começou o segundo mandato para o qual foi reeleita em outubro de 2014.
Conhecido pelas siglas MBL, esse movimento entregou há dois meses ao Congresso uma solicitação formal para o início desse julgamento apoiada, segundo esse mesmo grupo, por dois milhões de assinaturas, mas fundamentada em razões meramente políticas e não jurídicas, como exige a Constituição para um processo dessa natureza.
No entanto, segundo o MBL, a suspeita de que o governo amparou os escândalos de corrupção na Petrobras e a séria crise econômica em que afeta o país deveria bastar para levar adiante o processo.
Essa mesma linha é seguida pelo movimento Vem pra Rua, que em um vídeo divulgado hoje pediu aos brasileiros que tomem as cidades do país no domingo "pelo impeachment ou a renúncia de Dilma".
Os principais partidos da oposição formal respaldaram a convocação, mas com certa cautela com relação a um possível julgamento político.
O Partido da Social Democracia Brasileira (PSDB), que é liderado pelo ex-candidato presidencial Aécio Neves, derrotado nas urnas no ano passado por Dilma por uma diferença de poucos três pontos, também divulgou vídeos nos quais convoca a sociedade a manifestar sua "indignação" com a corrupção e a "má gestão".
Aécio, que se mostrou cauteloso em relação a um possível julgamento político contra a presidente, disse no entanto que a oposição "irá às ruas com a cabeça erguida e levando como única arma a Constituição do Brasil", que contempla a possibilidade de destituir um líder por delitos de corrupção ou de outra natureza.