"Guedes me assegurou que não faltaria recurso", diz Queiroga

Ministro da Saúde disse ter bom diálogo com chefe da Economia e de que cortes orçamentários não afetarão combate à pandemia de covid-19

24 abr 2021 - 19h32
(atualizado às 19h54)

Também alvo dos cortes orçamentários, o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga, disse ter a garantia do chefe da Economia, Paulo Guedes, de que não irá faltar recursos para a área responsável pelo combate à pandemia de covid-19 no País. "Sempre temos um bom diálogo com Guedes que me assegurou que não faltaria recurso para Saúde", disse o médico em entrevista coletiva neste sábado, 24.

Queiroga diz ter garantia de Guedes de que não faltará recurso para Saúde
Queiroga diz ter garantia de Guedes de que não faltará recurso para Saúde
Foto: Cláudio Marques / Futura Press

Na sequência, o secretário executivo do Ministério da Saúde, Rodrigo Cruz, afirmou que, na eventual necessidade de ampliação do Orçamento da pasta, a suplementação será feita via a abertura de crédito extraordinário, mas não disse de onde o governo poderá buscar o recurso, caso precise.

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Para sancionar o Orçamento de 2021, o presidente Jair Bolsonaro fez um ajuste de R$ 29 bilhões de duas formas: vetou parte de emendas parlamentares e verbas dos ministérios (R$ 19,8 bilhões) e bloqueou uma parcela das despesas previstas para este ano em vários órgãos federais (R$ 9,3 bilhões).

Mesmo em meio à pandemia, foram vetados R$ 2,2 bilhões do Ministério da Saúde. Os vetos a despesas de Saúde foram repartidos em diversos programas, que incluem a adequação de sistemas tecnológicos, ações de pesquisa e desenvolvimento, manutenção de serviços laboratoriais, assistência farmacêutica e até construções de sedes regionais da Fiocruz.

Na coletiva, Queiroga foi questionado sobre a fala do presidente Bolsonaro feita ontem em que ele ameaçou acionar as Forças Armadas contra medidas de restrição estabelecidas por governadores, durante entrevista concedida à TV A Crítica, no Amazonas.

"Se nós usarmos as medidas não farmacológicas, nunca vamos chegar ao lockdown, isso é fruto do fracasso dessas medidas e é nesse sentido que o presidente se manifesta", disse Queiroga. O ministro se referia ao uso de máscaras e respeito ao distanciamento social, medidas preventivas recomendadas para evitar a contaminação pela covid-19. Apesar da defesa feita pelo ministro, hoje mesmo, pela manhã, o presidente Jair Bolsonaro visitou comunidades em Brasília, sem usar a proteção facial, causando aglomeração por onde passou.

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Máscaras. O ministro da Saúde afirmou que a população precisa continuar usando máscaras, evitando aglomerações e adotando outras medidas sanitárias para manter a tendência de redução do número de casos de covid-19 registrado nos últimos dias.

"Temos assistido nos últimos dias tendência de redução de diagnósticos de pacientes com covid-19, como consequência, a diminuição na pressão do sistema de saúde, o que consequentemente nos dá diminuição de pressão de insumos, como kit intubação e oxigênio", disse o ministro em entrevista realizada neste sábado. "O uso de máscara, evitar aglomerações é fundamental para que esse cenário se sustente no longo prazo, enquanto nossa campanha de vacinação vai sendo ampliada."

O crescimento recorde da pandemia de covid-19 no País tem dado os primeiros sinais de desaceleração. Registros divulgados pelo consórcio de veículos de imprensa nesta sexta-feira, 23, mostram que a média diária de mortes pela doença chegou ao sexto dia seguido de queda. A gravidade da situação, no entanto, se mantém, uma vez que a média segue em um patamar elevado, com 2,5 mil vítimas a cada 24 horas.

Queiroga disse ainda que em sete dias foi ultrapassada a meta de vacinar mais de 1 milhão de brasileiros por dia. Segundo ele, a Comissão Nacional de Incorporação de Tecnologias (Conitec) do Sistema Único de Saúde (SUS) vai avaliar também um protocolo de tratamento da covid-19, mas não que é pelo uso de fármaco "A" o "B".

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