"Há culpados e eles serão punidos", diz cúpula da CPI

Em nota, os senadores disseram assegurar que os responsáveis por esse quadro "devastador e desumano" pagarão por seus erros

19 jun 2021 - 17h41
(atualizado às 18h14)

A cúpula e outros integrantes da CPI da Covid lamentaram a marca de 500 mil mortes provocadas pela covid-19 no Brasil, registrada neste sábado (19). Em nota, os senadores disseram assegurar que os responsáveis por esse quadro "devastador e desumano" pagarão por seus "erros, omissões, desprezos e deboches", e que os culpados serão "punidos exemplarmente". "Há culpados e eles, no que depender da CPI, serão punidos exemplarmente", afirmam a maioria dos membros da comissão. A declaração cita ainda que crimes contra a humanidade, morticínios e genocídios "não se apagam, nem prescrevem".

O Senador Renan Calheiros durante a CPI da Covid-19 no Senado Federal em Brasília (DF), nesta terça-feira (15), que investiga as ações e omissões dos governos federal e estaduais no combate a pandemia da covid-19
O Senador Renan Calheiros durante a CPI da Covid-19 no Senado Federal em Brasília (DF), nesta terça-feira (15), que investiga as ações e omissões dos governos federal e estaduais no combate a pandemia da covid-19
Foto: Wallace Martins / Futura Press

"Eles se eternizam e, antes da justiça Divina, eles se encontrarão com a justiça dos homens", diz a nota, assinada pelo presidente da CPI, Omar Aziz (PSD), pelo vice, Randolfe Rodrigues (Rede-AP), o relator, Renan Calheiros (MDB-AL), além de Tasso Jereissati (PSDB-CE), Otto Alencar (PSD-BA), Eduardo Braga (MDB-AM), Humberto Costa (PT-PE), Alessandro Vieira (Cidadania-SE), Rogério Carvalho (PT-SE) e Eliziane Gama (Cidadania-MA). Nenhum governista assinou o documento.

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Na sexta-feira, após dois meses de funcionamento, a CPI avançou para uma nova etapa ao transformar 14 testemunhas em investigados, sendo a maioria dos nomes ligada ao presidente Jair Bolsonaro. A lista de 14 pessoas foi anunciada pelo relator da CPI, e inclui o ministro da Saúde, Marcelo Queiroga; o general Eduardo Pazuello, ex-titular da pasta; e o ex-chanceler Ernesto Araújo, além de integrantes do chamado "gabinete paralelo", núcleo de assessoramento do presidente na condução da pandemia. Renan também afirmou que avalia incluir o próprio presidente na relação, mas que a competência de a CPI para investigar o presidente diretamente ainda é analisada.

Na nota divulgada neste sábado, a maioria dos membros da comissão afirma que as 500 mil vidas perdidas poderiam ter sido poupadas com "bom senso, escolhas acertadas e respeito à ciência". "Nessa data dolorosamente trágica, quando o Brasil contabiliza 500 mil mortes, desejamos transmitir nossos mais profundos sentimentos ao País. Temos consciência que nenhuma palavra é suficiente para consolar e superar a dor das perdas de nossas famílias. São 500 mil sonhos interrompidos, 500 mil vidas ceifadas precocemente, 500 mil planos, desejos e projetos", dizem os senadores.

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