O hacker Walter Delgatti Neto informou à Polícia Federal (PF) que tinha acesso ao Ministério da Defesa para discutir sobre urnas eletrônicas de maneira pouco convencional: pela porta dos fundos. As informações são da jornalista Camila Bomfim, da GloboNews.
O advogado de Delgatti, Ariovaldo Moreira, confirmou que essa informação estava presente no depoimento concedido à PF na última sexta-feira, 18. A oitiva foi agendada após o hacker fornecer informações sobre sua ligação com o governo de Jair Bolsonaro durante depoimento na CPMI do 8 de janeiro no Congresso.
De acordo com a avaliação do advogado, essa abordagem pela entrada dos fundos era adotada para evitar que a presença do hacker fosse registrada nos sistemas da portaria principal.
Delgatti Neto informou à CPMI que, nessas reuniões, ele "orientou" os servidores para a elaboração de um relatório sobre as urnas eletrônicas, entregue pelo Ministério da Defesa ao Tribunal Superior Eleitoral (TSE) em novembro de 2022, após as eleições presidenciais. Ele também relatou que sua participação nessas reuniões foi solicitada pelo então presidente Bolsonaro.
O hacker alegou ter se encontrado 5 vezes no Ministério da Defesa com especialistas da área e que a posição final do ministério sobre a integridade do sistema eleitoral foi moldada por sua orientação.
Os agentes da PF e os parlamentares da CPMI estão em busca de evidências que confirmem a ocorrência dessas reuniões.