Gilberto Carvalho, interlocutor da presidente da República com os movimentos de esquerda, disse na sexta-feira que, durante os protestos de junho do ano passado, integrantes do governo federal ficaram "perplexos" e "quase com um sentimento de ingratidão" pelo fato de as manifestações terem se voltado contra um governo que considera ter avançado em conquistas sociais. "Quando acontecem as manifestações de junho, da nossa parte houve um susto. Nós ficamos perplexos. Quando falo nós, é o governo e também todos os nossos movimentos tradicionais. (Houve) uma certa dor, uma incompreensão e quase um sentimento de ingratidão. (Foi como) dizer: fizemos tanto por essa gente e agora eles se levantam contra nós", declarou o ministro da Secretaria Geral durante o Fórum Social Temático, em Porto Alegre, evento que reúne movimentos sociais, parcela cativa do eleitorado petista nas últimas décadas. As informações foram publicadas no jornal Folha de S. Paulo.
Veja o quanto se paga em tarifas de ônibus nas capitais brasileiras
No momento da fala do ministro, uma pessoa que acompanhava o discurso da plateia gritou: "Ah, sai daí". À tarde, em outra participação no fórum, Carvalho disse ter sido "mal interpretado" quando falou do sentimento de ingratidão. Afirmou que se tratou de uma reação inicial, e equivocada. "Citei hoje de manhã um fato que foi mal interpretado. Depois até um veículo de imprensa falou que tinha gente no governo com certo sentimento de ingratidão. Um sentimento equivocado, evidentemente. Tem muita dificuldade de compreender, vamos ser sinceros. A gente passou muito tempo até tentar entender", afirmou. A onda de manifestações começou em capitais contra o preço do transporte coletivo, mas se alastrou para outras áreas do serviço público e atingiu a popularidade da presidente Dilma Rousseff e de governadores e prefeitos do País.
1 de 92
Agência do Bradesco na avenida Vital Brasil, zona oeste de São Paulo, amanheceu destruída nesta quarta-feira após protesto pela educação. Após uma marcha pacífica, manifestantes mascarados destruíram bancos, lojas e o patrimônio publico
Foto: Marcos Bezerra
2 de 92
Cinco agências bancárias, uma concessionária de veículos, três carros e um ônibus foram depredados em São Paulo
Foto: Marcos Bezerra
3 de 92
Lanchonete foi depredada por grupo de mascarados que apoiavam o protesto e entraram em confronto com policiais militares na Cinelândia, no Rio
Foto: Fernando Frazão
4 de 92
Os manifestantes detidos em São Paulo após uma noite de muita destruição e violência foram liberados pela polícia na madrugada de quarta-feira
Foto: AFP
5 de 92
Estudante ergue as mãos enquanto tenta passar por policiais em São Paulo. A violência começou após uma passeata de estudantes e professores que reuniu cerca de 3 mil pessoas
Foto: AP
6 de 92
O manifestante acabou detido. Foram registrados boletins de ocorrência por dano qualificado e lesão corporal, porém nenhum dos detidos foi identificado como agressor pela Polícia Civil
Foto: AP
7 de 92
Manifestantes colocam fogo em objetos e fecham rua no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
8 de 92
Viatura da Polícia Militar ficou em chamas durante protesto no Rio
Foto: Mauro Pimentel
9 de 92
Policiais tentam conter fogo que toma conta de carro da PM no Rio
Foto: Mauro Pimentel
10 de 92
Bombeiros apagam incêndio junto a viatura da PM no centro do Rio
Foto: Mauro Pimentel
11 de 92
Batalhão de Choque durante confronto com manifestantes no Rio
Foto: Mauro Pimentel
12 de 92
Manifestantes colocaram fogo em lixo no meio da rua, em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
13 de 92
Protestos terminaram em confronto em São Paulo. Parte dos manifestantes depredou o que via pela frente
Foto: Vagner Magalhães
14 de 92
Polícia usou bombas de gás para acabar com as depredações na capital paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
15 de 92
Orelhão e outros objetos são queimados no meio da rua no Rio
Foto: Mauro Pimentel
16 de 92
Após professores do Rio deixarem a marcha, que seguia pacífica, grupos mascarados entraram em confronto com a PM
Foto: AFP
17 de 92
Jovens fazem barreira em confronto com PMs no Rio
Foto: Mauro Pimentel
18 de 92
Um manifestante ficou ferido e foi socorrido por equipes dos bombeiros no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
19 de 92
Veículos da PM circulam pelas ruas do Rio após confronto com manifestantes
Foto: Mauro Pimentel
20 de 92
Polícia reage com bombas de efeito moral e gás de pimenta no Rio
Foto: AFP
21 de 92
A confusão começou depois de protesto de professores que começou na Candelária
Foto: AFP
22 de 92
A situação ficou tensa por volta das 20h45 no centro do Rio
Foto: AFP
23 de 92
Manifestante mascarada é carregada por policiais militares durante protesto no Rio
Foto: AFP
24 de 92
Prédios públicos, como o da Câmara do Rio, são pichados por manifestantes
Foto: AFP
25 de 92
Jovem com o rosto coberto faz pichação durante protesto em defesa da educação na capital paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
26 de 92
Manifestante fica detido em viatura da Polícia Militar após protesto que terminou com violência em São Paulo
Foto: AP
27 de 92
Imagem áerea mostra a movimentação durante protesto no Dia do Professor no Rio
Foto: AFP
28 de 92
Jovem mascarado exibe a marca do Black Bloc durante a manifestação na capital carioca
Foto: AFP
29 de 92
Fachada do prédio do Consulado-Geral dos Estados Unidos foi atingida por grupos de mascarados que apoiavam o protesto no Rio de Janeiro e entraram em confronto com policiais militares
Foto: Fernando Frazão
30 de 92
Black Blocs marcham à frente de professores em ato na capital paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
31 de 92
A PM reforçou o policiamento para acompanhar a marcha em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
32 de 92
Manifestantes marcham pelas ruas de São Paulo durante o protesto, que marca a passagem do Dia do Professor
Foto: Ricardo Matsukawa
33 de 92
Uma das reivindicações é a destinação de 10% do Produto Interno Bruto (PIB) para a educação. Essa é uma das propostas do Plano Nacional da Educação (PNE), que tramita há três anos no Congresso Nacional
Foto: Ricardo Matsukawa
34 de 92
Mascarados tentavam impedir a ação de fotógrafos em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
35 de 92
Manifestantes mascarados interrompem gravação de repórter da Rede Globo José Roberto Burnier durante protestos pela Educação no centro de São Paulo
Foto: Dario Oliveira
36 de 92
Professores se reúnem no Centro do Rio de Janeiro para protestar por melhores salários e condições de trabalho
Foto: Ariel Subirá
37 de 92
Manifestantes aproveitam para criticar o governo de Geraldo Alckmin durante protesto em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
38 de 92
Protestos em São Paulo começaram no Largo da Batata
Foto: Dario Oliveira
39 de 92
Até as 18h30, pouca gente havia comparecido ao ato marcado em Brasília em defesa da educação
Foto: Gustavo Gantois
40 de 92
No Rio de Janeiro, a marcha reunia pelo menos 10 mil pessoas, segundo estimativa da PM
Foto: AFP
41 de 92
Os manifestantes eguiam em direção à Cinelândia, no centro do Rio
Foto: AFP
42 de 92
Manifestantes gritavam palavras de ordem no centro do Rio
Foto: AFP
43 de 92
Os manifestantes apoiam os professores do Rio, que estão em greve há mais de dois meses
Foto: AFP
44 de 92
O prédio onde mora o prefeito de Porto Alegre (RS), José Fortunati, foi alvo de depredação nesta noite
Foto: Daniel Favero
45 de 92
Grades são colocadas em prédios da rua Evaristo da Veiga, uma das vias de acesso à Câmara de Vereadores do Rio de Janeiro para reforçar a segurança antes de protesto marcado para o fim da tarde
Foto: Ale Silva
46 de 92
Grades são montadas na Câmara de Vereadores no Centro do Rio de Janeiro, na manhã desta terça-feira, visando reforçar a segurança para o protesto marcado para hoje. Professores organizam para as 17h uma manifestação pela educação que deve sair da Candelária em direção à Cinelândia
Foto: Ale Silva
47 de 92
Agências bancárias, que tiveram suas estruturas danificadas em manifestação de apoio aos professores na semana passada, tiveram suas fachadas cobertas por tapumes para evitar novas depredações
Foto: Ale Silva
48 de 92
Agentes do Grupamento de Operações Especiais (GOE) e da Guarda Municipal chegam ao centro do Rio para reforçar o policiamento no Dia do Professor
Foto: Tania Rego
49 de 92
Pela manhã, funcionários da Câmara Municipal instalavam grades de ferro nas portas e nas janelas da Casa
Foto: Tânia Rêgo
50 de 92
Chapas de aço e telas de proteção substituem tapumes de madeira no centro da capital carioca
Foto: Tânia Rêgo
51 de 92
Protesto pela educação termina com confusão em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
52 de 92
Jovem registra momento em que vidros são quebrados na capital paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
53 de 92
Homem mascarado usa barra de ferro para quebrar vidraças de uma agência bancária em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
54 de 92
Pedras também foram lançadas em direção às fachadas de agências bancárias em SP
Foto: Ricardo Matsukawa
55 de 92
Um ônibus foi depredado na altura da estação Butantã, na capital paulista
Foto: Ricardo Matsukawa
56 de 92
Três carros do consórcio Via Quatro, que opera a Linha Amarela do Metrô paulista, foram depredados
Foto: Ricardo Matsukawa
57 de 92
Policiais prenderam manifestantes que invadiram uma loja em São Paulo
Foto: Ricardo Matsukawa
58 de 92
Ação de vândalos causou pânico em loja de São Paulo. Produtos foram lançados ao chão e a polícia usou bombas de gás para reprimir a ação
Foto: Ricardo Matsukawa
59 de 92
Manifestação em Porto Alegre reuniu pelo menos 100 pessoas na região central da cidade
Foto: Daniel Favero
60 de 92
Imagem mostra a entrada do prédio onde vive o prefeito de Porto Alegre, José Fortunati, depredada após protesto
Foto: Daniel Favero
61 de 92
O colchão usado por um morador de rua foi queimado por manifestantes no meio da rua em Porto Alegre
Foto: Daniel Favero
62 de 92
Manifestante se veste de Homem-Aranha durante protesto no Rio
Foto: Mauro Pimentel
63 de 92
Manifestante durante protesto de professores no Rio de Janeiro
Foto: Mauro Pimentel
64 de 92
Vários manifestantes foram às ruas com o rosto coberto no Rio
Foto: Mauro Pimentel
65 de 92
Manifestantes tentam se proteger do efeito das bombas de gás lançadas por policiais no Rio
Foto: Mauro Pimentel
66 de 92
Manifestantes se dispersam após reação policial durante confronto no Rio
Foto: Mauro Pimentel
67 de 92
Manifestante tenta se proteger das bombas lançadas pela PM no Rio
Foto: Mauro Pimentel
68 de 92
Policiais entram em confronto com manifestantes no Rio
Foto: Mauro Pimentel
69 de 92
Mascarados participam do protesto em Belo Horizonte
Foto: Ney Rubens
70 de 92
Professora Claudia Simões participa da passeata em Minas Gerais
Foto: Ney Rubens
71 de 92
Manifestantes exibem cartazes durante protesto em Belo Horizonte
Foto: Ney Rubens
72 de 92
Série de manifestações foi marcada em todo o Brasil nesta terça-feira
Foto: Ney Rubens
73 de 92
Faixa é exibida em apoio aos professores em Minas Gerais
Foto: Ney Rubens
74 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
75 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
76 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
77 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
78 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
79 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
80 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
81 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
82 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
83 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
84 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
85 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
86 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
87 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
88 de 92
Protesto no Rio de Janeiro começou pacífico, com participação de professores e manifestantes vestindo fantasias
Foto: Mauro Pimentel
89 de 92
Vidros foram quebrados nos protestos
Foto: Vagner Magalhães
90 de 92
Carros foram pichados na manifestação em São Paulo
Foto: Vagner Magalhães
91 de 92
Soldado mostra ferimento na mão após protestos em São Paulo
Foto: Vagner Magalhães
92 de 92
Manifestante é rendido por policiais na capital paulista
Foto: Vagner Magalhães
Protestos contra tarifas mobilizam população e desafiam governos de todo o País
Mobilizados contra o aumento das tarifas de transporte público nas grandes cidades brasileiras, grupos de ativistas organizaram protestos para pedir a redução dos preços e maior qualidade dos serviços públicos prestados à população. Estes atos ganharam corpo e expressão nacional, dilatando-se gradualmente em uma onda de protestos e levando dezenas de milhares de pessoas às ruas com uma agenda de reivindicações ampla e com um significado ainda não plenamente compreendido.
A mobilização começou em Porto Alegre, quando, entre março e abril, milhares de manifestantes agruparam-se em frente à Prefeitura para protestar contra o recente aumento do preço das passagens de ônibus. A mobilização surtiu efeito e o aumento foi temporariamente revogado. Poucos meses depois, o mesmo movimento se gestou em São Paulo, onde sucessivas mobilizações atraíram milhares às ruas – o maior episódio ocorreu no dia 13 de junho, quando um imenso ato público acabou em violentos confrontos com a polícia.
A grandeza do protesto e a violência dos confrontos expandiu a pauta para todo o País. Foi assim que, no dia 17 de junho, o Brasil viveu o que foi visto como uma das maiores jornadas populares dos últimos 20 anos. Motivados contra os aumentos do preço dos transportes, mas também já inflamados por diversas outras bandeiras, tais como a realização da Copa do Mundo de 2014, a nação viveu uma noite de mobilização e confrontos em São Paulo, Rio de Janeiro, Curitiba, Salvador, Fortaleza, Porto Alegre e Brasília.
A onda de protestos mobiliza o debate do País e levanta um amálgama de questionamentos sobre objetivos, rumos, pautas e significados de um movimento popular singular na história brasileira desde a restauração do regime democrático em 1985. A revogação dos aumentos das passagens já é um dos resultados obtidos em São Paulo e outras cidades, mas o movimento não deve parar por aí. "Essas vozes precisam ser ouvidas", disse a presidente Dilma Rousseff, ela própria e seu governo alvos de críticas.
Fonte: Terra