Hugo Motta une Tarcísio e ministros de Lula em jantar e diz que centro é ausência de preconceitos

A bancada paulista compareceu em peso, com representantes do PT ao PL; governador exaltou Arthur Lira: 'Você não viveu em vão'

27 jan 2025 - 23h32
(atualizado às 23h45)

Em um encontro ecumênico na capital paulista que reuniu o governador de São Paulo, Tarcísio de Freitas (Republicanos), e ministros do governo Lula (PT), o favorito à presidência da Câmara dos Deputados, deputado federal Hugo Motta (Republicanos-PB), celebrou o consenso em torno de seu nome, defendeu a importância de "tratar de eleição no momento da eleição" e definiu o centro político como a "ausência de preconceitos".

"O centro político do País é muitas vezes criticado porque transparece que o centro é uma ausência de posição. Não. O centro é uma ausência de preconceitos. Nós não temos preconceitos por de onde a ideia vem. Se a ideia é boa para o País, nós temos a capacidade de buscar implementá-la em favor da nossa nação", disse Motta.

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Jantar com o candidato à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta, oferecido pelo presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e o presidente estadual do Progressistas, deputado Mauricio Neves
Jantar com o candidato à presidência da Câmara, o deputado Hugo Motta, oferecido pelo presidente nacional do Republicanos, Marcos Pereira, e o presidente estadual do Progressistas, deputado Mauricio Neves
Foto: Daniel Teixeira/Estadão / Estadão

Motta participou de uma pizzada com a bancada paulista na noite desta segunda-feira, 27. Além do governador Tarcísio de Freitas, marcaram presença o prefeito de São Paulo, Ricardo Nunes (MDB), o atual presidente da Câmara, Arthur Lira (PP-AL), os ministros Silvio Costa Filho (Portos e Aeroportos) e Márcio França (Empreendedorismo, Microempresa e Empresa de Pequeno Porte), além de oito presidentes de partidos: Gilberto Kassab (PSD), Marcos Pereira (Republicanos), Baleia Rossi (MDB), Ciro Nogueira (PP), Antônio Rueda (União Brasil), Renata Abreu (Podemos), Paulinho da Força (Solidariedade) e Valdemar Costa Neto (PL).

A bancada paulista compareceu em peso, com representantes do PT ao PL. Embora em menor número, bolsonaristas também marcaram presença, entre eles os deputados federais Paulo Bilynskyj (PL) e Rosana Valle (PL). Em seu discurso, Motta fez questão de destacar a presença de políticos de diferentes espectros, mencionando os presidentes do PL, Valdemar Costa Neto, e do PT paulista, Kiko Celeguim, que estavam lado a lado, como um exemplo de que é possível "encontrar convergência na nossa divergência".

"A Câmara dos Deputados demonstra maturidade política. Demonstra, sim, que respeitamos os posicionamentos ideológicos, políticos, eleitorais de quem quer que seja, mas tem algo que é maior do que todos nós, algo que tem que estar acima de toda e qualquer disputa e debate político-ideológico, que é o nosso País. Nós não podemos trabalhar contra o nosso Brasil. Temos que tratar de eleição no momento da eleição", disse Motta.

Antes, Arthur Lira seguiu linha semelhante: "Fazemos parte do chamado Centrão, mas representamos o equilíbrio", disse o presidente da Câmara.

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O evento foi organizado pelo presidente nacional do Republicanos, deputado federal Marcos Pereira, e pelo presidente estadual do PP, deputado federal Maurício Neves. Um dos últimos a tomar a palavra, o governador Tarcísio de Freitas fez um discurso repleto de elogios ao atual presidente da Câmara, Arthur Lira, destacando que ele atendeu a "todas as expectativas" e conduziu a Câmara dos Deputados "em um momento ímpar".

"(Arthur Lira) mostrou que é um vocacionado, fez a diferença e agora está fazendo o seu sucessor. A única palavra que cabe neste momento, Arthur, que você está se despedindo da presidência da Casa, é muito obrigado. Você não viveu em vão, não passou em branco, fez a diferença", afirmou Tarcísio, acrescentando que Motta terá uma "grande responsabilidade porque Lira "deixou o sarrafo lá em cima".

O governador afirmou que Motta "está pronto" e que a maior prova disso é sua capacidade de conquistar convergência, mesmo em um ambiente altamente competitivo.

"Essa convergência diz muito sobre a sua pessoa e sobre o que o Brasil espera. O Brasil espera essa capacidade de diálogo, essa convergência", afirmou o governador.

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Único petista a discursar, Kiko Celeguim ressaltou a "importância" da gestão de Arthur Lira na Câmara, afirmando que sua "firmeza" logo após as eleições de 2022 foi "fundamental para garantir a estabilidade constitucional" do País. O deputado lembrou que Lula "respeitou" a sucessão de Lira e defendeu que o inimigo não tem que ser "interno".

Citado diversas vezes como "futuro presidente da Câmara", Motta recebeu do coordenador da bancada paulista, deputado Arnaldo Jardim (Cidadania), as demandas dos deputados de São Paulo. Entre elas, o pedido para pautar a proposta de criação de um fundo Sul-Sudeste e uma reclamação de que o estado "paga" o preço da reforma tributária. Citando as prerrogativas estabelecidas para a Zona Franca de Manaus, Jardim fez apelo a Motta para manter a competitividade da indústria paulista

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