O afastamento da presidente Dilma Roussef repercutiu entre os senadores da oposição. O presidente nacional do PSDB, senador Aécio Neves (MG), disse nesta quinta-feira (12) que o vice-presidente Michel Temer, que ocupará a presidência durante o afastamento de Dilma, terá que se colocar à altura das expectativas e desafios do País e que não poderá errar.
O senador mineiro afirmou que Temer terá que mostrar para a população que vai fazer um governo “enxuto” e que “já hoje, no máximo amanhã, apresente ao Congresso Nacional um conjunto de propostas que sinalize de forma clara para o início de uma nova fase na história do Brasil”, disse o tucano. “Ele [Temer] terá uma grande chance, mas não pode errar”, acrescentou.
Segundo Aécio, o PSDB vai apoiar Temer em torno de uma agenda já apresentada ao vice-presidente. De acordo com o senador, ao assumir o cargo, Temer já terá que sinalizar qual será a marca do seu governo. “Eu tenho dito ao vice-presidente que a contribuição que o PSDB vier a dar [ao seu governo] é a de ajudá-lo a aprovar reformas estruturantes como as reformas trabalhista, tributária e do estado”, disse.
Até 2018
O senador Aécio Neves disse, ainda, acreditar que o resultado da votação no Senado e na Câmara dos Deputados, em que mais de dois terços dos parlamentares votaram contra Dilma, deixa Temer confortável para iniciar o governo interino, mas que “ele não pode, agora nessa interinidade, assistir o desenrolar desse processo, mas [deve] se portar como presidente que vai cumprir até o final de 2018 esse mandato”, disse.
Já o líder do DEM no senado, Ronaldo Caiado (GO), disse hoje que Temer precisa mostrar para a população que está disposto a “cortar na carne”. Segundo Caiado, a votação no Senado pelo afastamento de Dilma mostra que a Casa refletiu o “sentimento da população brasileira” aumentando agora a responsabilidade do novo presidente. “Antes de cobrar da população, ele terá que fazer sua tarefa de casa de cortar na carne, cortar ministérios, mordomias, funcionários”, defendeu.
Caiado disse que Temer terá que falar à população brasileira e defender uma pauta “construída nas ruas.” “Os partidos políticos não foram os alavancadores desse processo [de afastamento de Dilma], mas forçados a tomar uma decisão que foi levantada pela população brasileira”, finalizou.