Se no plano nacional o clima não é nem um pouco amistoso entre o Palácio do Planalto e o governo destituído da ex-presidente Dilma Rousseff, o mesmo não se pode dizer da aliança entre petistas e peemdebistas em Minas Gerais. O segundo maior colégio eleitoral é governado por Fernando Pimentel (PT) e seu vice é o presidente do PMDB no Estado, Antônio Andrade.
Aliados dos dois e líderes de seus partidos no Legislativo tentam minimizar o recente embate entre alas do PT e PMDB no âmbito nacional. Durval Ângelo (PT) e João Magalhães (PMDB) afirmam não acreditarem que o impeachment de Dilma possa causar algum efeito imediato na política local.
Somado a isso, o Estado é domicílio eleitoral do candidato derrotado nas eleições de 2014, senador Aécio Neves (PSDB). Fernando Pimentel foi eleito em primeiro turno e o segundo colocado foi justamente o candidato apoiado por Neves, Pimenta da Veiga.
Em março, o Superior Tribunal de Justiça (STJ) autorizou o pedido de indiciamento do governador Fernando Pimentel, após pedido da Polícia Federal durante as investigações da operação Acrônimo. Para a Polícia Federal, a campanha de Pimentel teria sido beneficiada por um esquema de lavagem de dinheiro por meio de sobrepreço e inexecução de contratos com o Governo Federal.
Em nota, a assessoria de Pimentel afirmou à época que o indiciamento era ilegal e que aguardaria a chance de se defender das acusações.
Trincheiras opostas em BH
A corrida pela Prefeitura de Belo Horizonte também deve acirrar as relações entre os dois partidos após o impeachment. PT e PMDB tem candidatos próprios na busca pela chefia do executivo da capital mineira.
Do lado do PT a missão de retomar o controle administrativo de uma das capitais mais importantes do País cabe ao deputado federal Reginaldo Lopes e do lado do PMDB, o também deputado federal Rodrigo Pacheco.
Manifestações contra e a favor do impeachment
Manifestantes contrários a decisão do Senado que cassou o mandato da ex-presidente Dilma Rousseff fizeram uma carreata com buzinaço e ocuparam ruas e avenidas de Belo Horizonte em protesto na quarta-feira. Grupos a favor do impeachment também se reuniram na capital mineira.
Mal terminou a votação dos senadores que decidia pela perda do mandato de Dilma Rousseff e a posse de seu vice, Michel Temer, grupos de pessoas que não concordam com a decisão foram para as ruas de Belo Horizonte em protesto.
O lugar escolhido pelos manifestantes pró-impeachment foi a Praça da Liberdade, enquanto que as pessoas que pedem a saída de Michel Temer se concentrou na Praça Sete de Setembro e saiu em passeata pelas ruas do centro.
Os registros de aglomeração seguiram pela tarde e continuaram durante a noite. Nenhum confronto foi registrado e ninguém foi preso ou detido.