Ato em apoio a Lula e Dilma tem público recorde na Paulista

18 mar 2016 - 16h02
(atualizado às 22h46)
Foto: Paulo Lopes / Futura Press

A manifestação contra o impeachment da presidenta Dilma Rousseff ocupou cerca de 11 quarteirões da Avenida Paulista, no centro de São Paulo, nesta sexta-feira. De acordo com dados do Datafolha, 95 mil pessoas estavam no local por volta das 19h, no auge do protesto, quando houve discurso do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva. A Polícia Militar estima um público de 80 mil, enquanto o PT fala em um número muito maior, de 500 mil manifestantes. De qualquer forma, se trata do maior ato em defesa do atual governo nas ruas.

Várias lideranças discursaram, do alto de carros de som, ao lado do Museu de Arte de São Paulo (Masp). A palavra de ordem mais gritada na manifestação, convocada pela Frente Brasil Popular, foi “não vai ter golpe”, repetida por locutores que falam ao microfone nos intervalos do show do cantor Chico César, que animou os presentes. 

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Foto: EFE

“Este é um ato de todas as entidades brasileiras, de homens e mulheres que defendem a democracia, que defendem o direito de expressão, as liberdades individuais. Que não defendem o ódio, que não constroem o ódio na sociedade. Não é um ato de única classe social e não é um ato de uma única etnia. É um ato de todos os brasileiros e brasileiras”, disse o presidente da Central Única dos Trabalhadores (CUT), Wagner Freitas.

“O golpe é contra os trabalhadores. Todas as vezes que os trabalhadores têm alguns direitos conquistados, a direita tenta acabar com a democracia, acabar com o direito de manifestação para que os trabalhadores não possam, na democracia, fazer greve, avançar nos seus direitos e conquistas”, disse Freitas.

Foto: EFE

O presidente da CUT criticou alguns veículos de comunicação e o juiz federal Sérgio Moro. Segundo Freitas, está sendo construída no país uma “ditadura de toga e um golpe contra a democracia”.

“ Moro está dando entrevistas provocando o ato que está aqui, juiz é para julgar, não é para ser ator, não é para ser entidade política. Nós somos contra a ditadura da toga, elegemos pessoas para nos representar. Quem quer ter o direito de representação que dispute as eleições. É muito ruim que você tenha uma parcela da mídia e uma parcela do Poder Judiciário construindo um golpe contra a democracia”.

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O diretor nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST), Gilmar Mauro, disse estar preocupado com a situação política brasileira e com grupos incitando a violência e a guerra. “Nós queremos dizer com muita tranquilidade, não nos interessa a guerra. Nós não queremos a guerra porque não interessa para os trabalhadores que vão ser os mais prejudicados como sempre. Quem está incitando a guerra normalmente foge e a guerra fica para o povo brasileiro”, disse Mauro.

De acordo com o diretor, o movimento irá lutar pela via democrática até o “limite do limite”. Mauro disse que o MST não fugirá da guerra. “Nós vamos sim esticar a luta democrática até o limite do limite. Mas nós não fugiremos da guerra. É isso que a gente quer dizer. Porque a democracia nos custou caro e, se estão rasgando a Constituição Brasileira, neste momento, nós a faremos novamente e defenderemos nas ruas”, disse.

Foto: J. Duran Machfee / Futura Press

Gilmar Mauro voltou a dizer que o movimento social não forma covardes e que, em caso de golpe, o movimento não irá dar “um minuto de sossego”. “Nós não vamos para debaixo da cama, recuar um milímetro da luta. Se derem um golpe, não terão um minuto de sossego. Mas todas as pessoas sensatas desse país querem resolver os problemas pela via democrática e pela via do debate político. Isso que queremos”, disse.

A presidenta da União Nacional dos Estudantes (UNE), Carina Vitral, destacou que a manifestação de hoje conta com a participação de muitos estudantes e jovens. Segundo ela, os atores que defendem o impeachment não estão preocupados com o futuro da juventude.

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“Os políticos que querem derrubar a presidenta Dilma por meio de um processo de impeachment, sem base legal, não estão preocupados com o futuro da juventude. A juventude não está preocupada com esse Fla-Flu da política, está preocupada com o seu futuro, com futuro de mais direitos e mais esperança, o movimento estudantil liderado pela une está aqui”, disse.

Foto: J. Duran Machfee / Futura Press
Agência Brasil
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