O ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva afirmou nesta quinta-feira (3) que o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha, coloca seus problemas pessoais acima dos interesses do país ao aceitar o pedido de impeachment da presidenta Dilma Rousseff. Para Lula, a "insanidade" do deputado não pode prevalecer no país. “O presidente da Câmara, me parece, tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil”, disse Lula, em entrevista no Palácio da Guanabara, no Rio de Janeiro.
“Aqueles que quiseram fazer o terceiro turno da eleição cassando a presidenta Dilma na Justiça eleitoral agora acharam a possibilidade do terceiro turno com o impeachment, que não tem nenhuma sustentação legal a não ser uma demonstração de raiva, de ódio”, destacou.
Lula destacou que a presidente os esforços da presidente Dilma para recuperar a economia. "Me parece que a prioridade dele [Eduardo Cunha] é se preocupar com ele, o país está passando há um ano por uma conturbação. (...) Eu me sinto indignado com o que estão fazendo como país. A presidenta fazendo um esforço incomensurável, para que a gente aprove os ajustes que têm que se aprovados, recuperar a economia, e tem muitos deputados querendo contribuir, mas o presidente da Câmara me parece que tomou a decisão de não se preocupar com o Brasil."
O ex-presidente ressaltou ainda que, em um momento em que o Brasil passa por dificuldades, não só a presidente mas também prefeitos, governadores, e outros países como Estados Unidos, China e Alemanha também enfrentam dificuldades. "Se a gente não fizer um pacto para o país voltar a crescer, tudo vai piorar."
Questionado pela imprensa sobre as acusações de que a presidente feito barganha no Congresso, o ex-presidente foi enfático: "É muito difícil alguém imaginar que a Dilma faz barganha."