Enquanto a maioria dos observadores aposta que a presidente Dilma Rousseff não terminará seu mandato, ela própria vem adotando uma postura cada vez mais aguerrida para se manter o cargo. Em reuniões ministeriais, Dilma tem dito que “aguenta bem a pressão” e que é “resistente”, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.
Para mostrar sua confiança, a presidente discute, nos encontros com a equipe, projetos para os próximos meses e até mesmo para 2018. A postura, de acordo com o jornal, faz parte da estratégia de comunicação adotada pelo Palácio do Planalto: a de vender a imagem de uma “mulher guerreira”, que enfrentou a ditadura e, agora, luta contra um novo golpe.
Isso não significa, porém, que Dilma pretende vencer a briga contra o impeachment apenas com lances de marketing. Segundo o Estadão, a presidente decidiu fazer algo que abomina: conversar e negociar com políticos. O “toma lá, dá cá” envolve a barganha de cargos e verbas para quem se dispuser a votar contra o impeachment, seja na comissão especial que analisa o pedido na Câmara, seja no plenário, onde Dilma precisa de, pelo menos, 171 votos.
A ordem do núcleo duro do governo é neutralizar as manobras do vice-presidente, Michel Temer, apontado como o principal articulador da queda da petista. Presidente nacional do PMDB, Temer estaria arquitetando o rompimento formal de sua legenda com o governo. Isso é visto, pelos especialistas, como a pá de cal no mandato de Dilma, já que o PMDB é, apesar de todos os rachas e disputas internas, o maior partido da base aliada.
Os peemedebistas realizarão, na próxima terça-feira (29), uma reunião do diretório nacional, com o objetivo de decidir seu futuro no governo Dilma. A tendência, por ora, é de desembarque formal.