Governo quer esticar trâmite no Senado para negociar apoios

18 abr 2016 - 18h38
(atualizado às 19h13)
Foto: Laycer Tomaz/ Câmara dos Deputados

O governo quer estender ao limite máximo do regimento o rito de aprovação da admissibilidade do processo contra a presidente Dilma Rousseff no Senado para esfriar o clima pró-impeachment que vem da Câmara dos Deputados e usar esse tempo para tentar conquistar os votos ainda possíveis entre os senadores, disseram à Reuters duas fontes governistas.

Dilma iria se reunir na tarde desta segunda-feira com o presidente do Senado, Renan Calheiros (PMDB-AL), para discutir o rito do impeachment e tentaria convencer o senador a esticar o prazo até a data que o próprio Renan previu inicialmente, a segunda semana de maio.

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Renan já havia se comprometido a ler o relatório amanhã no plenário. Depois disso, são até 48 horas para que a comissão sobre a admissibilidade seja instalada.

As conversas com senadores já começaram na semana passada, ainda antes da decisão pela Câmara, quando o Palácio do Planalto concluiu que a situação estava mais difícil do que o esperado, disse à Reuters uma das fontes governistas.

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No sábado, grupos de líderes do Senado se encontraram com a presidente e o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva para começar a traçar cenários possíveis. Assessores presidenciais já começaram a fazer contatos com senadores do PMDB e do PR para avaliar a capacidade do governo de ampliar sua votação na Casa.

Parte do governo admite que é praticamente impossível o Planalto barrar o processo de impeachmente ainda na votação da admissibilidade, em que é necessário apenas maioria simples para aprová-la. Já na votação final, em que o governo precisa de um terço --28 votos-- para evitar a condenação, seria um pouco mais fácil, mas ainda longe de ser simples.

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Uma das fontes, ligada ao Planalto, afirmou que o governo teria 31 votos hoje. Um parlamentar ligado ao partido avalia que a conta é bem menos confortável, de apenas 20, mas com possibilidade de crescer, e uma terceira fonte do Planalto avalia que a conta pode ser ainda menor, em torno de 18, chegando a 20 se Kátia Abreu e Eduardo Braga, dois ministros peemedebistas, se licenciarem para votar com o governo.

“Nós sabemos que o aliciamento é muito mais difícil no Senado”, ponderou a fonte palaciana.

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