Pouco depois de anular as sessões em que foi aprovado o processo de impeachment na Câmara dos Deputados, o presidente interino da Casa, Waldir Maranhão, voltou atrás ainda na segunda-feira (9).
Maranhão assinou dois ofícios – um com a revogação da decisão de anular as sessões do Plenário da Câmara dos dias 15,16 e 17 de abril e outro endereçado ao presidente do Senado, Renan Calheiros, em que comunica a nova deliberação, sem justificá-la. Foi nessas três sessões que os deputados deliberaram sobre a denúncia por crime de responsabilidade contra a presidente Dilma Rousseff.
Maranhão voltou atrás após ser criticado por juristas e sofrer pressão do próprio partido, o PP, que ameaçava expulsá-lo, e na Câmara. A maioria dos partidos decidiu convocar uma sessão à sua revelia para revogar a decisão do presidente interino de anular a votação do impeachment, segundo a Folha de S.Paulo. O partido PHS chegou até a protocolar um pedido no Supremo Tribunal Federal (STF) para que a Corte derrubasse a medida de Maranhão.
Calheiros também havia ignorado a deliberação de Maranhão, chamando-a de "brincadeira com a democracia", e anunciado que daria continuidade ao processo de impeachment de Dilma. A votação no Senado sobre a admissibilidade do impeachment da presidente deve ser realizada nesta quarta-feira.