Consultoria diz que chance de impeachment de Dilma é de 60%

16 mar 2016 - 17h33
(atualizado às 17h33)
Lula e Dilma: quem é que vai vestir, de fato, a faixa presidencial a partir de agora?
Lula e Dilma: quem é que vai vestir, de fato, a faixa presidencial a partir de agora?
Foto: Wikimedia / O Financista

A confirmação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva como o novo ministro da Casa Civil não muda o cenário de provável impeachment da presidente Dilma Rousseff. Para a Arko Advice, consultoria especializada em análises políticas, há 60% de chances de o Congresso aprovar o impedimento de Dilma.

A consultoria observa que Lula chega ao Palácio do Planalto em um momento de grande instabilidade política e de fragmentação da base aliada. Para a Arko, a nomeação do principal líder petista “é um movimento arriscado que dá a exata dimensão do desespero e da enrascada em que o governo se encontra. Ao nomeá-lo, a presidente Dilma Rousseff está praticamente abdicando de governar.”

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Segundo relatório assinado pela equipe do cientista político e fundador da Arko, Murillo de Aragão, como todo chefe da Casa Civil, Lula “tentará retomar o diálogo com a base aliada.” O primeiro teste concreto do ex-presidente será impedir que o PMDB desembarque do governo. A decisão foi adiada por 30 dias, a contar da convenção nacional realizada em 12 de março.

Um sinal de esperança, para Lula é a posse do deputado federal Mauro Lopes (PMDB-MG) na Secretaria de Aviação Civil. Lopes contrariou explicitamente a determinação do PMDB nacional de que filiados não deveriam assumir cargos no governo Lula até que fosse decidida a posição do partido. “É uma clara demonstração de que o governo ainda tem capacidade para cooptar parte da legenda e de que ainda há no PMDB quem defenda sua permanência na base”, diz a Arko.

Não está fácil...

Apesar de ainda contar com amigos no maior partido do país e da infiel base aliada, Lula não tem garantias de que conseguirá deter o rompimento. A Arko cita pesquisa própria que mostra que 90% das lideranças do PMDB defendem a saída do governo.

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A consultoria observa que o Planalto ganhará um novo fôlego, com Lula a poucos metros do gabinete de Dilma. Mas ainda não é totalmente certo que a presidente resistirá até 2018. Seu padrinho político e agora ministro já não é o Lula de antigamente. Com o prestígio sangrando junto a empresários, políticos e a população, o ex-presidente “pode ser tragado por fatos novos apurados pela Operação Lava Jato.”

No relatório aos clientes, a Arko acrescenta que a delação do senador Delcídio do Amaral (sem partido e ex-líder do PT no Senado) contém acusações graves e abrirão novas frentes de investigação para a força-tarefa da Lava Jato. Outras delações também estão à caminho, como a do ex-presidente do PP, aliado do PT no governo, Pedro Corrêa, e de diretores da Andrade Gutierrez e da Odebrecht.

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