Movimentos em SP defendem Dilma e pedem reforma política

31 jul 2016 - 17h34

A Frente Povo Sem Medo iniciou neste domingo (31) à tarde uma manifestação em defesa da presidente afastada Dilma Rousseff, na capital paulista. Os manifestantes começaram a se reunir às 14h no Largo da Batata, zona oeste da cidade. Por volta das 16h15, eles saíram em caminhada, na direção da Praça Panamericana, local próximo à casa do presidente interino Michel Temer, no bairro Alto de Pinheiros.

"Fora Temer" era uma das frases utilizadas na manifestação em São Paulo
"Fora Temer" era uma das frases utilizadas na manifestação em São Paulo
Foto: Paulo Pinto/AGPT

O tema do ato é "Fora Temer! O povo deve decidir! Defender nossos direitos, radicalizar a democracia!". Segundo a Frente Povo Sem Medo, que considera o impeachment de Dilma um golpe, "não precisou nem dois meses para que as máscaras caíssem e as razões do golpe fossem expostas em praça pública", citando a queda de três ministros de Temer em um mês.

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Representante do Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, que integra a Frente Povo Sem Medo, Guilherme Boulos explicou que o ato tem três frentes: a destituição do presidente interino, a defesa dos direitos sociais e o direito de o povo decidir os rumos do país.

"A primeira é o Fora Temer, porque nós consideramos que esse governo é ilegítimo. [A segunda frente] é também em defesa dos nossos direitos que estão ameaçados com o programa do golpe, programa de regressão social no país, reforma da Previdência, reforma trabalhista, desmonte dos programas sociais, desmonte do SUS [Sistema Único de Saúde]. [A terceira] é que povo deve decidir. Um dos pontos desse ato é que o Congresso não tem autoridade, não tem credibilidade para definir os rumos do país, para definir a saída política para essa crise, então entendemos que o povo deve ser chamado a decidir", declarou Boulos.

Manifestantes também criticaram as propostas de reforma da previdência
Foto: Paulo Pinto/AGPT

Sobre um eventual plebiscito, Boulos disse que essa seria uma alternativa, não apenas para a questão do impeachment, mas para impulsionar a reforma política. De acordo com integrantes da Frente Povo Sem Medo, uma profunda reforma política é necessária porque o sistema político brasileiro faliu e perdeu qualquer vínculo de representação efetiva com a maior parte da sociedade.

Os movimentos defendem o que chamam de radicalização da democracia, por meio do enfrentamento do poder econômico nas eleições e na construção de mecanismos de maior participação popular na política. Os ativistas reivindicam ainda uma reforma tributária, com taxação de grandes fortunas, no lugar da reforma da Previdência; e as reformas urbana e agrária, em vez da reforma trabalhista. Para eles, essas medidas vão contemplar a maioria do povo brasileiro.

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Políticos presentes

Os deputados federais Luiza Erundina e Ivan Valente, do PSOL-S

P, compareceram ao ato. "Eu lutei como muitos que aqui estão contra a ditadura militar. Fomos expulsas do Nordeste porque defendíamos a reforma agrária e a democracia", discursou Erundina do alto do carro de som. Ela chamou a população a ir às ruas defender a democracia e pedir a saída de Temer.

Também presente ao ato, o ex-senador Eduardo Suplicy defendeu a presidenta afastada Dilma Rousseff, dizendo que ela não cometeu crime de responsabilidade. Ele acrescentou que, se estivesse no Senado atualmente, votaria contra o impeachment e aconselhou os atuais senadores a votar contra o afastamento definitivo da presidenta.

Segundo Boulos, 40 mil pessoas participavam do ato às 16h15. No ato, havia bandeiras de diversas entidades, como Movimento dos Trabalhadores Sem Teto, Central dos Trabalhadores e Trabalhadoras do Brasil, União da Juventude Socialista, Central Única dos Trabalhadores, União Nacional dos Estudantes, Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra.

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Em todo o país, movimentos favoráveis e contrários ao impeachment de Dilma Rousseff promovem manifestações neste domingo.

Agência Brasil
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