Oposição teme não conseguir nocautear Dilma no 2º round

19 abr 2016 - 14h26
José Agripino Maia diz que governo chegou ao teto de votação com intenção de 23 votos
José Agripino Maia diz que governo chegou ao teto de votação com intenção de 23 votos
Foto: Flickr/Senado Federal / O Financista

Pouco menos de 48 horas depois de o processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff passar na Câmara dos Deputados, a oposição está certa da aprovação do afastamento da petista na primeira deliberação que será realizada no Senado em maio. Para tanto, é preciso que a maioria simples dos 81 senadores apoie a decisão. 

As certezas, porém, perdem força quando a ala oposicionista vislumbra o julgamento do impeachment. Nesta segunda fase, se a oposição somar dois terços dos 81 votos do Senado, a petista é condenada e perde o mandato definitivamente, ficando inelegível por oito anos. O vice-presidente Michel Temer (PMDB) assumiria, assim, o cargo em definitivo.

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Hoje, nenhum dos levantamentos de grandes publicações nem as projeções dos partidos mostram que a oposição tenha 54 votos garantidos para que a deposição de Dilma seja concluída. O temor de que o bloco oposicionista não consiga nocautear Dilma no 2º round do Senado paira sobre os parlamentares.

A O Financista, o senador José Agripino Maia (DEM), que também é líder da oposição no Senado, afirmou que regularmente se comunica com o senador Romero Jucá, presidente do PMDB, e com Aécio Neves, presidente do PSDB, para que façam as atualizações necessárias no mapa de votos do impeachment.

“É preciso nos tranquilizarmos e entendermos que se ainda não conseguimos é porque ainda é cedo. Assim como na Câmara, os indecisos e os que não se declaram deixam para fazê-lo na última hora e provavelmente apoiem a saída da presidente”, afirmou o democrata.

A média das estimativas mostra que 45 senadores são favoráveis ao impedimento de Dilma, enquanto 23 são contrários. Os 13 restantes não responderam ou estão indecisos. Vale lembrar que enquanto a oposição precisa de 54 votos para garantir o impedimento definitivo da petista, o governo precisa de 27 para barrá-lo. 

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Para Agripino, o que difere oposição e governo nessa corrida final pelos votos no Senado “é que a ala governista já chegou no seu teto de votação, não consegue mais ampliar apoios, enquanto os opositores vão assimilar os votos restantes”.

Por outro lado, o senador Humberto Costa, líder do governo no Senado, julga que a situação de Dilma é bastante complicada, porém não pode ser classificada como “irreversível”. 

“Acredito que não veremos traições como vimos na Câmara e vejo que a resistência popular ao nome de Temer e de [Eduardo] Cunha pode nos ajudar a reverter esse quadro. Nossa margem para atingir os votos mínimo para barrar o impeachment é curta segundo nossas previsões.”

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