Partidos apresentam condições para apoio a governo Temer

20 abr 2016 - 18h50
(atualizado às 19h36)
Foto: Marcelo Camargo/ Agência Brasil

Ainda que o vice-presidente Michel Temer não tenha assumido a Presidência da República, partidos já se movimentam e apresentam suas condições para apoiar um eventual governo que surja a partir do impeachment da presidente Dilma Rousseff.

Principal partido de oposição ao governo Dilma, o PSDB quer receber um tratamento diferente do dispensado pelo governo petista ao PMDB.

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“O que o PSDB deseja é um relação institucional, que o vice-presidente trate o PSDB com o respeito que o PT não tratou o PMDB”, disse à Reuters o líder do partido no Senado, Cássio Cunha Lima (PB) .

A bancada de senadores do PSDB deve se reunir na próxima semana para debater o assunto, que também será discutido em reunião da direção partidária prevista para 3 de maio.

Já o PP, que até pouco tempo integrava a base de sustentação de Dilma mas desembarcou do governo e votou na Câmara a favor da abertura do impeachment contra a presidente, ainda não decidiu se apoiará Temer, mas já considera que uma possível participação leve em conta seu "tamanho" no Congresso.

“Existe uma possibilidade grande de isso acontecer, mas não sentamos para discutir participação de governo”, disse à Reuters o presidente nacional do partido, senador Ciro Nogueira (PP-PI).

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“A conversa que tive com Temer é que no caso de participação, queremos ser tratados de maneira compatível com o tamanho da nossa bancada, coisa que não ocorreu no governo Dilma”, afirmou, referindo-se ao grupo de 47 deputados e seis senadores.

Uma das queixas dirigidas aos governos petistas é que, apesar da numerosa base de partidos aliados, o PT detinha uma parcela desproporcional dos cargos, ainda que Dilma tenha tentado, sem sucesso, adequar essa correlação de forças no ano passado.

Uma vez admitido o processo de impedimento em análise no Senado, oferecido contra a presidente sob o argumento de que teria cometido crime de responsabilidade, Dilma é afastada de suas funções por até 180 dias e Temer assume a Presidência interinamente.

Ao fim de todo o julgamento, se a presidente for condenada, o vice assume definitivamente o comando do Executivo.

Temer reuniu-se nesta quarta-feira com o núcleo duro de articulação do PMDB em São Paulo.

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