Peemedebista e tucano comandarão comissão do impeachment

20 abr 2016 - 16h41
(atualizado às 17h28)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Raimundo Lira (PMDB-PB)
Foto: Waldemir Barreto/Agência Senado

A comissão especial que analisará o impeachment da presidente Dilma Rousseff no Senado será presidida pelo senador Raimundo Lira (PB), do PMDB, partido do vice-presidente Michel Temer, enquanto o processo terá como relator o senador tucano Antonio Anastasia (MG), muito próximo de Aécio Neves (MG).

O PMDB, por ter uma bancada maior do que qualquer bloco partidário na Casa, tinha direito a escolher entre a presidência e a relatoria da comissão.

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O presidente interino do partido, senador Romero Jucá (RR), defendia que a sigla abrisse mão da relatoria, de forma a evitar qualquer acusação de parcialidade, justamente por ser a legenda de Temer, que assumirá a Presidência da República no momento em que Dilma for afastada.

O líder da bancada de senadores do PMDB, Eunício Oliveira (CE), ao deixar claro que a escolha é da bancada, indicou o senador Lira para a presidência da comissão.

Antonio Anastasia (PSDB-MG)
Foto: Moreira Mariz/ Agência Senado

“A escolha do senador Raimundo Lira preenche, no meu entender como líder, todas as qualidades de seriedade e de tranquilidade”, disse . “Esse é um processo muito sério de afastamento ou não de um presidente da República, e deve ser tratado com seriedade e acho que o senador Raimundo Lira se encaixa.”

Já a sugestão do PSDB, que pertence ao segundo maior bloco do Senado, provocou reações quase que imediatas de governistas. O senador Lindbergh Farias (PT-RJ), disse que seu partido “não concorda” com a indicação de Anastasia.

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Para Lindbergh, enquanto Lira “não ocupa o centro da disputa política”, o mesmo não ocorre com Anastasia, que “tem voto conhecido no caso” e não reúne as qualidades necessárias para o posto com equilíbrio e isenção.

Anastasia é bem próximo de Aécio, de que foi vice-governador de Minas Gerais de 2007 a 2010 e a quem sucedeu no comando do Estado. O indicado para a relatoria na comissão do impeachment integrou a coordenação da campanha presidencial de Aécio em 2014 e já defendeu abertamente a legalidade do processo de impeachment.

Já o líder do PSDB, Cássio Cunha Lima (PB), defedendeu o nome de Anastasia, diznedo que o senador é equilibrado, discreto e "não tem sede de holofote".

Indicados por suas bancadas, os dois nomes ainda precisam ser chancelados durante a instalação da comissão, que será eleita na segunda-feira.

Após a instalação, a comissão terá 10 dias úteis para produzir um parecer sobre a admissibilidade do processo. Dilma é acusada de crime de responsabilidade pelas chamadas pedaladas fiscais e por ter editado decretos orçamentários sem autorização do Congresso. A presidente nega qualquer ilegalidade e tem afirmado que o pedido de impeachment é uma tentativa de golpe.

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