O presidente do PT, Rui Falcão, disse nesta terça-feira que o partido não dará paz ao vice-presidente Michel Temer caso a presidente Dilma Rousseff sofra o impeachment e ele seja alçado à Presidência da República.
Em entrevista coletiva após reunião do diretório nacional do PT em São Paulo, com a participação do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva, Falcão afirmou ainda que o partido espera reverter no Senado a decisão tomada pela Câmara de autorizar instauração de processo de impeachment contra Dilma.
“O PT não permitirá que um eventual governo Temer coloque sua pauta. Será muito mais do que oposição parlamentar. É para dizer à sociedade: com governo ilegítimo, não existe paz, tem luta", disse o dirigente petista.
“Esperamos que esta conspiração seja revertida no Senado, e o movimento pode ser vitorioso. O governo está há um ano e meio com este Parlamento e já realizou coisas importantes”, avaliou.
Falcão voltou a afirmar que o pedido de abertura de processo de impeachment contra Dilma, agora em análise pelos senadores, é um "golpe" e criticou Temer e o presidente da Câmara dos Deputados, Eduardo Cunha (PMDB-RJ), como idealizadores da tentativa de deposição da presidente.
O presidente do PT fez a aposta de que a mobilização nas ruas contrária ao impedimento de Dilma influenciará a decisão dos senadores e previu que as manifestações favoráveis ao mandato da petista devem se intensificar. "Acreditamos que a mobilização popular e social pode levar à garantia do mandato de uma presidenta eleita pelo voto popular, sobre a qual não pesa nenhuma acusação", disse.
"Mobilizações devem crescer em intensidade", previu.
No domingo a Câmara decidiu por 367 votos a 137 autorizar o Senado a abrir processo de impeachment contra Dilma. Se os senadores referendarem essa decisão por maioria simples, Dilma será afastada temporariamente até a conclusão de seu julgamento pelo Senado e Temer assumirá a Presidência nesse período.