Mesmo sem contar com a participação da presidente Dilma Rousseff ou com representantes do atual governo, o programa partidário do PT na TV, exibido na noite desta terça-feira, não foi bem recebido pela população. Algumas capitais do Brasil, como São Paulo, Rio de Janeiro, Belo Horizonte, Brasília, Curitiba, Salvador e Recife, registraram protestos com "panelaços" nas casas e apartamentos e "buzinaço" dos carros nas ruas. Algumas residências também reagiram piscando as luzes como sinal de reprovação à situação.
O programa anual do partido, exibido em cadeia nacional de rádio e TV teve duração de dez minutos e se dedicou a passar mensagens de otimismo e afirmações de que o Brasil já enfrentou e venceu crises piores do que a atual. Sem as participações de Dilma e de qualquer parlamentar ou ministro do atual governo, o partido preferiu dar mais espaço a personagens, que deram depoimentos sobre programas sociais como o Minha Casa, Minha Vida e transmitiram a mensagem de que é preciso trabalho e otimismo para vencer a crise.
O casal de âncoras que comandou o programa apresentou um histórico do PT, disse que o partido mudou o Brasil e conseguiu vencer uma luta histórica contra a fome e a miséria. Em uma das cenas, os apresentadores questionaram “por que tanto ódio e intolerância a um partido neste momento que o Brasil precisa de união?”. Segundo o PT, a crise que o Brasil atravessa é mundial, e o país hoje está em melhores condições de enfrentá-la que em momentos anteriores da história.
Conquistas sociais
No programa, o partido mostrou realizações e conquistas dos governos do ex-presidente Luís Inácio Lula da Silva e da presidenta Dilma, em que milhões de brasileiros saíram da pobreza e conquistaram a casa própria. O PT também destacou a criação de 20 milhões de empregos com carteira assinada nos governos Lula e Dilma, a valorização do salário mínimo e o aumento da renda dos brasileiros mais pobres. No programa, o partido disse que valoriza as mulheres e que elas vêm conquistando mais espaço nos governos petistas.
Desagravo a Lula
Nenhum parlamentar ou ministro do partido apareceu no programa partidário. As únicas lideranças políticas a falar na gravação foram Lula e o presidente nacional do PT, Rui Falcão, que destacou as conquistas dos governos do partido e a "elevação da autoestima" do brasileiro. Falcão também disse que não permitirá que nenhuma dificuldade traga insegurança às famílias. Segundo o presidente da legenda, o Brasil vai voltar a crescer sem recuar nos direitos, na renda e nos salários dos trabalhadores.
Antes da fala de Lula, o partido fez uma homenagem a ele e condenou as pessoas que, segundo o PT, tentam “manchar a imagem” do ex-presidente. Lula aproveitou seu espaço no programa para listar avanços do Brasil nos últimos anos em relação a outros países. Segundo o ex-presidente, as conquistas dos governos petistas “incomodam os adversários”. Lula admitiu erros, mas disse que os equívocos foram menores que os acertos e que o Brasil tem tudo para voltar a crescer.
O ex-presidente insistiu no discurso de que as críticas aos petistas e ao governo vem de uma elite que “não gosta de dividir a poltrona do avião com o povo". Ele também destacou no programa que "virou moda falar mal do Brasil”, mas quem faz isso “fica minando a confiança” no futuro do país. Passando ao largo da grave crise econômica, ele afirmou que tem “muito mais confiança no país, hoje, do que tinha em 2003".
Com informações da Agência Brasil.