A menos de duas semanas da votação do processo de impeachment da presidente Dilma Rousseff (PT) no Senado, o vice-presidente Michel Temer, do PMDB, segue negociando para formar uma equipe de governo consistente caso assuma o comando do Palácio do Planalto. Após algumas negativas, o peemedebista teria desistido de seguir em suas investidas em ex-ministros do STF (Supremo Tribunal Federal) para ocupar o Ministério da Justiça e já teria um novo alvo: o secretário da Segurança Pública de São Paulo, Alexandre de Moraes.
De acordo com fonte ligada ao núcleo duro de Temer, “o vice-presidente apostou alto em Ayres Britto e Carlos Velloso para ocupar o posto, mas ambos demonstraram que não aceitariam”.
Vale lembrar que Moraes já estava cotado para assumir o comando da AGU (Advocacia-Geral da União) em um eventual governo peemedebista. Se ocupasse a função, o atual secretário do governador Geraldo Alckmin (PSDB) ficaria responsável por fazer a interlocução do governo com o STF e os demais Tribunais de Justiça.
“Ao aparecer na lista dos cotados para mais de um cargo, são cada vez maiores as chances de que Moraes seja escalado para compor alguma posição na Esplanada”, diz a fonte.
Mais cedo, Temer defendeu a carreira do advogado Antônio Cláudio Mariz de Oliveira, que também havia sido apontado como um dos nomes para ocupar a pasta da Justiça, mas negou que tenha feito convite a ele. O vice disse querer corrigir o que chamou de “injustiça grave” em relação ao amigo, após serem veiculadas notícias de que ele assumiria o cargo. Em recentes entrevistas, Mariz afirmou ser contra o instrumento da delação premiada.