Após votação, PT reúne bancada e tem encontro com Berzoini

18 abr 2016 - 13h19
(atualizado às 13h20)

Menos de 12 horas depois da aprovação da admissibilidade do impeachment da presidente Dilma Rousseff na Câmara, por 367 votos a favor, 137 contra e sete abstenções, senadores petistas já estão reunidos na Casa. Em um encontro da bancada do PT no Senado, parlamentares aliados ao governo tentam definir uma estratégia para a tramitação que agora começa uma nova fase: de instrução e julgamento.

Na foto, senador Paulo Paim (PT-RS) e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN)
Na foto, senador Paulo Paim (PT-RS) e a senadora Fátima Bezerra (PT-RN)
Foto: Geraldo Magela / Agência Senado

O reforço pelo apoio a Dilma contará com deputados. Ainda que na Câmara, os trabalhos sobre o impedimento estejam encerrados, deputados da legenda de Dilma também marcaram uma reunião para 13h e, no final do dia, senadores e deputados devem se encontrar como o ministro da Secretaria de Governo, Ricardo Berzoini. O deputado Henrique Fontana (PT-RS) que tem assumido, ao lado de líderes do PT e do governo, os discursos mais enfáticos em defesa do atual governo explicou que a proposta é “tentar reverter a situação”.

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A proposta defendida pelo petista é pela convocação de uma Constituinte exclusiva, “para permitir uma profunda reforma política do país”. O parlamentar disse que já está claro que os atuais deputados e senadores não têm interesse em mudar as regras do jogo e, para driblar esse cenário, deveriam ser eleitos, diretamente, um grupo de constituintes que teriam mandato de 1 ano a partir de março de 2017.

“A lei votada por estes constituintes seria chancelada pela população em um referendo”, defendeu o petista que aposta que as novas regras passariam a valer nas próximas eleições majoritárias. “Para tirar desta crise uma mudança estrutural e garantir governabilidade a qualquer presidente a partir de 2018”, acrescentou.

Para Fontana, a presidente não cometeu crime de responsabilidade o que torna o resultado da votação “muito grave” e comprovadamente a consequência de um acordo de cúpula.“O golpe é para proteger corruptos e não para combater a corrupção. Estes deputados viram em [Eduardo] Cunha e [no vice-presidente da República] Michel Temer a possibilidade de um acordo para travar as investigações”, acusou.

Um dos nomes alvos da crítica do petista é Paulinho da Força, presidente nacional do Solidariedade e um dos parlamentares mais críticos ao governo Dilma. No Salão Verde, logo pela manhã, Paulinho, defendeu a abertura do segundo pedido de impeachment da presidente, com aceitação dos argumentos apresentados pela Ordem dos Advogados do Brasil (OAB). “Durante os 180 dias lá [enquanto o Senado investiga provas e documentos e a defesa de Dilma] nós continuamos aqui com a outra comissão”, disse.

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O presidente do Solidariedade voltou a defender que Cunha fosse anistiado do processo que analisa o pedido de cassação de seu mandato por ter conseguido avançar com o processo de impedimento de Dilma. A representação contra Cunha no Conselho de Ética se arrasta desde novembro do ano passado para apurar se o peemedebista mentiu à CPI da Petrobras, quando negou manter contas secretas no exterior.

Hoje, Paulinho e o deputado Carlos Manato (SD-ES), autores do bolão “democrático” que foi lançado no último dia 13, como uma brincadeira para que parlamentares fizessem apostas sobre o placar da votação de domingo, anunciaram que nenhum dos 51 participantes levou o prêmio. O montante de R$ 5,1 mil será doado para a Associação Beneficente Dias Melhores, uma entidade social capix

aba que cuida de crianças autistas, segundo Manato.

Agência Brasil
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