Indicação de Simone Tebet depende de diálogo com MDB, diz Wellington Dias

Futuro ministro do Desenvolvimento Social foi indicado a cargo pleiteado pela senadora

26 dez 2022 - 13h05
(atualizado às 14h37)
Simone Tebet
Simone Tebet
Foto: J.F.Diório/Estadão - 18/2/22 / Estadão

BRASÍLIA - O futuro ministro do Desenvolvimento Social, Wellington Dias (PT-PI), avaliou que a decisão do presidente diplomado Luiz Inácio Lula da Silva (PT) em indicar a senadora Simone Tebet (MDB-MS) para o comando de algum ministério depende essencialmente do diálogo com o MDB. A ex-candidata à Presidência da República pleiteava justamente a pasta que cuidará do Bolsa Família.

Como mostrou o Estadão, o plano de Lula era emplacar Tebet no Ministério do Meio Ambiente, mas o cargo deve ficar com a deputada federal eleita Marina Silva (Rede-AP). Agora, Simone Tebet pode assumir o Ministério do Planejamento ou o Ministério das Cidades.

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"O presidente já demonstrou grande carinho, respeito e reconhecimento em relação à senadora Simone Tebet como uma líder especial dentro do MDB, mas, como ele já havia dito, tratando junto com os partidos", disse Dias ao chegar ao Centro Cultural do Banco do Brasil (CCBB), onde fica o gabinete do governo de transição.

"Geraldo Alckmin (que será ministro do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior) é vice-presidente da República, importantíssimo, mas as decisões foram tomadas dialogando com o PSB, que é o seu partido", comparou.

Wellington Dias (PT-PI) vai assumir ministério do Desenvolvimento Social
Foto: Roque de Sá/Agência Senado / Estadão

A seis dias da posse, o presidente eleito ainda precisa indicar 16 nomes para ministérios. As pastas sem chefe são: Agricultura Familiar, Comunicações, Esportes, Gabinete de Segurança Institucional, Integração Nacional, Minas e Energia, Pesca, Povos Indígenas, Previdência, Secretaria de Comunicação Social e Transportes. Nesta segunda, Lula volta a Brasília para definir o restante do governo e tentar encaixar Tebet no primeiro escalão.

Dias promete pente-fino no Bolsa Famíla

Dias confirmou que o novo governo irá passar um "pente fino" no cadastro do Bolsa Família. Segundo ele, serão utilizados dados georreferenciados do Censo de 2022 para excluir do programa beneficiários que fraudaram suas inscrições. "O objetivo principal é assegurar o direito a quem conseguiu acesso ao benefício. Durante esse último período, tivemos várias ações inclusive com o uso eleitoral do auxílio e suspeitas de fraudes", afirmou. "O presidente Lula também quer eficiência, e se alguém praticou alguma fraude, se está recebendo ilegalmente, vamos agir conforme manda a lei"

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No começo de dezembro, o governo de transição chegou a citar até 2 milhões de famílias unipessoais listadas indevidamente no Auxílio Brasil. Nesta segunda, Dias evitou falar em números. "Temos um cadastro muito grande, com cerca de 90 milhões de pessoas. Tem coisas estranhas, cresceu muito o número de famílias unipessoais", comentou. "Vamos ter uma coisa nova e importante, que é o esforço para concluir o Censo do IBGE, que trabalha com georreferenciamento. Isso vai garantir uma eficiência na análise dessa base de dados, com muito cuidado. Lula quer que tudo seja feito de forma muito humana, evitando injustiças, com oportunidade de defesa", completou.

Dias ainda deu a entender que o atual governo não agiu para evitar fraudes no recebimento do Auxílio Brasil, uma vez que a revisão do cadastro só ocorreria em janeiro. "É estranho que, com denúncias formais ainda do primeiro semestre, somente no finalzinho do mandato se adote medidas como essa", disse. "Primeiro, queremos tratar com muito cuidado e responsabilidade. Assumindo o mandato, teremos todas as equipes de diferentes áreas, integradas com Estados e municípios, para fazermos uma busca ativa para não deixar ninguém para trás e para garantir que o dinheiro público não será usado de forma ilegal".

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