O líder indígena bolsonarista José Acácio Serere Xavante, preso na segunda-feira, 12, pela Polícia Federal, havia convocado "pessoas armadas" para impedir a diplomação do presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva (PT). O ato aconteceu no Tribunal Superior Eleitoral (TSE) horas antes da prisão, que foi o estopim para uma onda de violência e depredação em Brasília.
Segundo o jornal O Globo, o indígena "convocou expressamente pessoas armadas para impedir a diplomação dos eleitos". Foi essa a informação que chegou ao Supremo Tribunal Federal (STF) e embasou a decisão do ministro Alexandre de Moraes para decretar a prisão.
#NotíciaSTF O ministro Alexandre de Moraes acolheu pedido da PGR e decretou a prisão temporária, pelo prazo de 10 dias, do indígena José Acácio Serere Xavante, por indícios da prática de crimes em atos antidemocráticos. (1/3)
— STF (@STF_oficial) December 13, 2022
Em vídeos, Serere Xavante faz ameaças, critica as urnas, o resultado das eleições e ataca Lula. Em algumas dessas ocasiões, o indígena aparece em frente ao Palácio da Alvorada, onde apoiadores do presidente Jair Bolsonaro (PL) se reúnem para cumprimentar e falar com o presidente.
Um dos registros mostra o indígena pedindo para Bolsonaro "não entregar o cargo". O presidente não respondeu o apoiador.
Durante a diplomação de Lula, na tarde dessa segunda-feira, 12, Serere participou de novos atos antidemocráticos e criticou a cerimônia. "Diplomação ilegal, ilegítima. Diplomação fraudulenta, criminoso pode comemorar", afirmou. "Mas a nossa decisão: o vagabundo Lula não vai por o pé na rampa".
Serere, que se apresenta como cacique do Povo Xavante, tem 42 anos, é pastor evangélico e apoia Bolsonaro. Ele ficou conhecido por fazer discursos acalorados em manifestações contra a vitória de Luiz Inácio Lula da Silva.
Em mensagem publicada após a prisão, o cacique pede que os manifestantes tenham calma e cessem o vandalismo ocorrido na noite de segunda-feira.
"Estou em paz e quero pedir que os senhores não venham fazer conflito, briga ou confronto com a autoridade policial, e venham viver em paz. Não pode continuar o que aconteceu, infelizmente, essa destruição dos carros, o ataque à sede da Polícia Federal".
* Com informações do Estadão Conteúdo