Após ser indiciado pela terceira vez pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma defesa pouco calorosa de alguns aliados.
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No indiciamento mais recente, por tentativa de golpe de Estado, algumas declarações públicas defenderam o ex-presidente e atacaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes.
No entanto, este apoio foi descrito como "protocolar". Um levantamento divulgado pelo Estado de S.Paulo neste domingo, 24, aponta que 25% dos deputados do PL fizeram publicações no X (antigo Twitter) criticando o indiciamento.
Outros 46% usaram o Instagram para manifestar apoio, muitas vezes de forma genérica. Na avaliação do Estado, há uma insatisfação crescente na bancada bolsonarista.
Parlamentares apontam dois principais fatores para o descontentamento: a “ingratidão” de Bolsonaro em relação à lealdade demonstrada nos últimos anos e a preferência do ex-presidente por candidatos do Centrão em detrimento dos “bolsonaristas raiz” nas eleições municipais.
A reportagem destaca que cerca de metade dos parlamentares da ala bolsonarista do PL estaria disposta a abandonar Bolsonaro, caso surja uma liderança forte para desafiar o PT em 2026. Nomes como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) se mostraram alternativas viáveis ao ex-presidente.
A insatisfação também reflete o aumento da pressão jurídica sobre Bolsonaro e aliados. Desde o governo, deputados bolsonaristas são alvo de investigações, intensificadas após os ataques golpistas de 8 de janeiro, além dos casos das joias sauditas e do cartão de vacina contra a COVID-19.
Ooutro fator foram as eleições municpais deste ano, quando articulações aprofundaram o racha na bancada. Em São Paulo (SP), Bolsonaro apoiou Ricardo Nunes (MDB), mas chegou a hesitar e pender para Pablo Marçal (PRTB). Em Curitiba (PR), mudou o apoio no último minuto para favorecer Cristina Graeml (PMB), em vez da chapa de Eduardo Pimentel (PSD).