'Ingratidão' de Bolsonaro gera defesas mornas de principais aliados diante de indiciamento

Declarações públicas de apoiadores demonstraram apoio a ex-presidente, mas sem ânimo de costume

24 nov 2024 - 15h12
Bolsonaro foi indiciado três vezes em 2024.
Bolsonaro foi indiciado três vezes em 2024.
Foto: Wilton Junior/Estadão / Estadão

Após ser indiciado pela terceira vez pela Polícia Federal (PF) na última quinta-feira, 21, o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) recebeu uma defesa pouco calorosa de alguns aliados. 

No indiciamento mais recente, por tentativa de golpe de Estado, algumas declarações públicas defenderam o ex-presidente e atacaram o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF) Alexandre de Moraes. 

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No entanto, este apoio foi descrito como "protocolar". Um levantamento divulgado pelo Estado de S.Paulo neste domingo, 24, aponta que 25% dos deputados do PL fizeram publicações no X (antigo Twitter) criticando o indiciamento.

Outros 46% usaram o Instagram para manifestar apoio, muitas vezes de forma genérica. Na avaliação do Estado, há uma insatisfação crescente na bancada bolsonarista. 

PF diz que Bolsonaro era o "líder" da organização criminosa que pretendia dar um golpe de Estado para que ele se mantivesse no poder
Foto: Dida Sampaio/Estadao / Estadão

Parlamentares apontam dois principais fatores para o descontentamento: a “ingratidão” de Bolsonaro em relação à lealdade demonstrada nos últimos anos e a preferência do ex-presidente por candidatos do Centrão em detrimento dos “bolsonaristas raiz” nas eleições municipais. 

A reportagem destaca que cerca de metade dos parlamentares da ala bolsonarista do PL estaria disposta a abandonar Bolsonaro, caso surja uma liderança forte para desafiar o PT em 2026. Nomes como os governadores Ronaldo Caiado (União Brasil-GO) e Romeu Zema (Novo-MG) se mostraram alternativas viáveis ao ex-presidente.

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A insatisfação também reflete o aumento da pressão jurídica sobre Bolsonaro e aliados. Desde o governo, deputados bolsonaristas são alvo de investigações, intensificadas após os ataques golpistas de 8 de janeiro, além dos casos das joias sauditas e do cartão de vacina contra a COVID-19. 

Ooutro fator foram as eleições municpais deste ano, quando articulações aprofundaram o racha na bancada. Em São Paulo (SP), Bolsonaro apoiou Ricardo Nunes (MDB), mas chegou a hesitar e pender para Pablo Marçal (PRTB). Em Curitiba (PR), mudou o apoio no último minuto para favorecer Cristina Graeml (PMB), em vez da chapa de Eduardo Pimentel (PSD). 

Fonte: Redação Terra
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