Inquérito das fake news é "inconstitucional", diz Bolsonaro

Presidente criticou a ação de buscas e apreensão da Polícia Federal na última terça, 27, que mirou nomes ligados ao 'gabinete do ódio'

28 mai 2020 - 20h10
(atualizado às 20h23)
 Inquérito das fake news 'não tem base legal' e é 'inconstitucional', afirma Bolsonaro
Inquérito das fake news 'não tem base legal' e é 'inconstitucional', afirma Bolsonaro
Foto: DW / Deutsche Welle

O presidente Jair Bolsonaro afirmou nesta quinta-feira (28), que o inquérito das fake news "não tem base legal nenhuma" e é "inconstitucional". Em transmissão ao vivo no Facebook, o mandatário criticou a ação de buscas e apreensão da Polícia Federal na última terça (27), que mirou nomes ligados ao "gabinete do ódio" e seus aliados. "Estou chateado com o inquérito, sim. É um inquérito que não tem base legal nenhuma, é inconstitucional."

Bolsonaro afirmou ainda que os alvos de busca e apreensão da PF são "pessoas de bem" e que apoiam o seu mandato. "São conservadores, respeitam a família, são armamentistas, defendem o livre mercado, são pessoas normais", disse o presidente, acrescentando que desconhece qualquer uma que tenha uma vida pregressa que comprometa.

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O presidente classificou o dia da operação como "triste" para todos aqueles que amam a liberdade de imprensa e lutam por um País democrático.

O inquérito das Fake News foi aberto em março do ano passado para apurar ameaças, ofensas e fake news disparadas contra os integrantes do Supremo e seus familiares.

Na operação da última terça-feira, o ministro Alexandre de Moraes determinou a oitiva de oito deputados, a quebra do sigilo bancário e fiscal dos supostos financiadores do esquema de disseminação de "notícias falsas" e ainda o cumprimento de 29 mandados de busca e apreensão no Distrito Federal, Rio de Janeiro, São Paulo, Mato Grosso, Paraná e Santa Catarina.

Entre os alvos de buscas estão Roberto Jefferson Monteiro Francisco, ex-deputado e presidente do PTB; preso no mensalão e hoje aliado do presidente, eLuciano Hang - empresário bolsonarista dono das lojas Havan.

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Vaga no Supremo

Bolsonaro afirmou que o nome do procurador-geral da República, Augusto Aras, não está previsto para as duas próximas vagas que abrirão no STF. "Tem uma vaga prevista para novembro e outra pro ano que vem. O Aras, nessas duas vagas, não está previsto", disse o presidente. Porém, se aparecer uma terceira vaga para a Corte, o presidente afirmou que o nome de Aras "entra fortemente".

O presidente disse que um dos indicados para o STF será evangélico por um compromisso dele com a banca."Uma pitada de religiosidade de cristianismo é muito bem-vindo", afirmou.

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