Investigação aponta prefeitura como responsável por fraude em dados de Bolsonaro

Dados do cartão de vacinação do ex-presidente foram manipulados para que ele pudesse viajar ao exterior, segundo policiais

3 mai 2023 - 15h04
(atualizado às 19h31)
Polícia Federal faz buscas na casa de Bolsonaro e prende ex-ajudante Mauro Cid
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A investigação da Polícia Federal apontou que a chefe da central de vacinação de Duque de Caxias, no Rio de Janeiro, Cláudia Helena da Costa Rodrigues, foi a responsável por retirar do sistema do Ministério da Saúde as informações do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), de sua filha Laura, do tenente-coronel Mauro Cid e de dois familiares do ex-ajudante de ordem da Presidência.

De acordo com o jornal Folha de S. Paulo, Cláudia Helena foi ouvida nesta quarta-feira, 3, pelas autoridades. A PF deflagrou nesta manhã uma operação que investiga a inclusão de dados falsos de vacinação contra a covid-19 no sistema do ministério.

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A mulher teria excluído as informações do sistema no dia 27 de dezembro de 2022, poucos dias depois da inserção das informações. De acordo com a PF, os dados teriam sido validados para serem usados em viagens ao exterior. No entanto, eles foram excluídos em seguida para que o registro não pudesse ser visualizado no sistema. A defesa de Cláudia não se manifestou até o momento sobre o caso. 

Foto: Infográfico: Redação Terra

A prefeitura de Duque de Caxias foi uma das que mais acelerou a vacinação contra a covid-19, por não seguir a ordem de prioridades proposta pelo Ministério da Saúde. Na época, o prefeito era Washington Reis (MDB), um dos principais aliados de Jair Bolsonaro. O secretário de Governo de Caxias, João Carlos Brecha, foi preso nesta quarta-feira.

O deputado federal Gutemberg Reis (MDB-RJ), irmão do ex-prefeito, também foi um dos alvos da operação da PF. A polícia cumpriu um mandado de busca e apreensão em um endereço ligado ao deputado no Rio, mas ele estava em Brasília. Advogados da prefeitura de Caxias não irão se manifestar.

Gutemberg Reis disse, em nota à Folha, que colaborou com a Polícia Federal e que está tomando conhecimento dos detalhes da investigação. O deputado completa que "recebeu todas as doses da vacina, incentivou, por meio das redes sociais, a imunização da população e colocou sua carteira de vacinação à disposição".

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Operação Venire

A operação que prendeu Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro (PL), investiga um suposto esquema de inserção de dados falsos em carteiras de vacinação contra a covid-19, em sistemas do Ministério da Saúde. Intitulada de Venire, a ação realizada pela Polícia Federal foi autorizada pelo ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, dentro do inquérito das ‘milícias digitais’.

O ex-presidente brasileiro Jair Bolsonaro deixa sua casa após uma operação de busca, em Brasília, Brasil, 3 de maio de 2023.
Foto: Reuters/Adriano Machado

Ao todo foram presas seis pessoas, entre elas estão:

• Mauro Cid, ex-ajudante de ordens de Jair Bolsonaro; 

• Max Guilherme, ex-sargento do Batalhão de Operações Especiais (Bope) e segurança do ex-presidente;

• Sergio Cordeiro, também segurança de Bolsonaro;

• João Carlos de Souza Brecha, secretário municipal de Saúde de Duque de Caxias (RJ).

Além disso, também foram expedidos 16 mandados de busca e apreensão. Entre os endereços alvo, estão o do ex-chefe do Executivo. No local, a PF apreendeu o celular dele, e o de Michelle Bolsonaro teria sido poupado.

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A investigação apura a falsificação de dados das seguintes carteiras de vacinação:

• Jair Bolsonaro;

• Laura Bolsonaro, filha do ex-presidente; 

• Mauro Cid, além da mulher e filha dele.

A operação é deflagrada em Brasília e no Rio de Janeiro. Conforme a PF, os dados falsos foram supostamente inseridos, entre novembro de 2021 e dezembro de 2022, nos sistemas SI-PNI e RNDS do Ministério da Saúde. O objetivo era burlar  as restrições sanitárias vigentes impostas pelo Brasil e Estados Unidos. Bolsonaro foi para os EUA no final de seu mandato, juntamente com os dois seguranças presos.

Fonte: Redação Terra
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