Investigado na Lava Jato diz não guardar dinheiro em banco

João Gualberto Pereira tinha R$ 3,1 milhões guardados na sede de sua empresa, em Santa Catarina

9 fev 2015 - 13h54
(atualizado às 19h56)

A Polícia Federal em Curitiba tomou nesta segunda-feira depoimento de três sócios da Arxo Industrial presos na nona fase da Operação Lava Jato, deflagrada na quinta-feira (5). De acordo com a defesa, um deles – João Gualberto Pereira, disse aos delegados que não gosta de guardar dinheiro em banco e, por isso, tinha reservas no seu escritório. Durante o cumprimento das buscas e apreensões, a PF encontrou R$ 3,1 milhões na sede da empresa, em Santa Catarina. Os agentes também apreenderam 500 relógios de luxo.

"Ele (João Gualberto) disse que era uma rotina que sempre teve. Não gostava de guardar dinheiro em banco e sempre fazia a reserva dele na própria sala e, às vezes, em casa. Os relógios se tratavam de uma coleção que havia sendo feita há dez anos. Todos os comprovantes de compra destes relógios vão ser juntados ao processo", disse o advogado Charles Zimmermann.

Publicidade

De acordo com os investigadores, Gilson João Pereira e João Gualberto Pereira, sócios da Arxo, e Sergio Ambrosio Marçaneiro, diretor financeiro, pagavam propina para obter contratos com a BR Distribuidora. Todos estão presos na Superintendência da Polícia Federal em Curitiba. Os pagamentos ocorreriam em contratos com a BR Aviation, empresa da Petrobras especializada no abastecimento de aeronaves. A Arxo vende tanques de combustíveis e caminhões-tanque. 

Segundo a defesa, em depoimento prestado aos delegados, os sócios afirmaram que a empresa nunca pagou propina ou sonegou impostos. Os acusados também negaram envolvimento com o empresário Mário Goes, apontado com intermediador de propina entre a Arxo e a Petrobras. "Nos não sabíamos da existência de Goes. Isso parte da denúncia da ex-funcionária. Nunca conhecemos essa pessoa e não sabemos de quem se trata", disse o advogado.

As denúncias contra a Arxo partiram de uma ex-funcionária. No dia 16 de janeiro, Cíntia Provesi Francisco procurou o Ministério Público Federal (MPF) voluntariamente para denunciar os executivos. Aos investigadores, ela relatou que a empresa pagava propina de 5% a 10% nos contratos com a BR Aviation. 

Mário Frederico Mendonça Goes estava foragido desde quinta-feira (5), quando teve prisão decretada, mas se entregou ontem à PF em Curitiba.

Publicidade

Agência Brasil
Curtiu? Fique por dentro das principais notícias através do nosso ZAP
Inscreva-se