Itália: deportação de Battisti gera polêmica na internet

Juíza federal ordenou deportação de Cesare Battisti; ele fugiu para o Brasil em 2004 e foi preso em 2007

3 mar 2015 - 21h48
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos por ele na década de 1970
Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos cometidos por ele na década de 1970
Foto: BBC / BBC News Brasil

A decisão pela deportação de Cesare Battisti do Brasil, tomada por um tribunal em Brasília, está causando muita polêmica na Itália e inundando as rede sociais com comentários pró e contra expulsão.

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Battisti foi condenado à prisão perpétua na Itália por quatro assassinatos que teriam sido cometidos por ele na década de 1970, quando integrava o grupo Proletários Armados pelo Comunismo (PAC). Ele fugiu para o Brasil em 2004, onde foi preso em 2007.

A Itália pediu sua extradição, que foi concedida pelo Supremo Tribunal Federal. No entanto, o então presidente Luiz Inácio Lula da Silva, que tinha a última palavra no caso, revogou a medida, argumentando que o italiano era alvo de perseguição.

O governo italiano ainda não se pronunciou sobre o assunto, mas a grande maioria das reações, nesta terça-feira (03), de políticos nas redes é favorável à medida, que acabou unindo oponentes de esquerda e de direita.

A líder do partido de direita Fratelli d’Italia (Irmãos da Itália), Giorgia Meloni, disse via Twitter que o Brasil "ordenou a expulsão de um criminoso e assassino", e acresce: "O esperamos de braços abertos".

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O vice-presidente do Senado italiano, Mauro Gasparri, do partido de centro-direita Forza Italia, também exultou: "É uma boa notícia", disse em um post em sua página de Facebook. "Não queremos só a deportação para outro país, mas sim que ele cumpra a pena aqui na Itália."

Do outro lado do espectro político, Riccardo Nencini, líder do Partido Socialista Italiano, também saudou a decisão com um comentário no Twitter: "Esperamos que isso acabe de uma vez por todas com a ausência injusta de um homicida".

Outros posts, como por exemplo na página de Facebook do jornal Corriere della Sera, dizem que "os esquerdistas vão organizar marchas de solidariedade" para Battisti, ou que "dentro de uma semana ele estará em liberdade".

No entanto, Battisti também tem defensores na web. Vários deles mencionam erros e dúvidas relacionados ao julgamento de Battisti; outros veem uma relação entre a deportação de Battisti e a decisão da Justiça italiana de poucas semanas atrás de extraditar ao Brasil o ex-presidente do BB Henrique Pizzolato, que foi condenado por seu envolvimento no caso do mensalão.

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Essa teoria é aventada por usuários de redes sociais tanto na Itália como no Brasil. "Quer dizer que um juiz mandou deportar o Cesare Battisti? Alguma relação com Pizzolato ou muita teoria da conspiração?", pergunta um usuário via Twitter.

E o irônico colunista Tutty Vasques se pergunta de modo jocoso quem vai ser deportado primeiro: Cesare Battisti, Henrique Pizzolato ou Roman Polanski?

Na decisão divulgada nesta terça, a juíza federal de Brasília Adverci Rates Mendes de Abreu concordou com o argumento do Ministério Público Federal, segundo o qual o visto concedido a Battisti é inválido.

Ela determinou que a União deporte o italiano para o México ou a França, países pelo qual ele passou antes de chegar ao Brasil.

O advogado de Cesare Battisti - o qual alega perseguição política na Itália - diz que irá recorrer da decisão.

Fonte: Terra
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