Wyllys acusa Cunha de proibir cartaz com Daniela Mercury

Deputado afirma que presidente da Câmara tem boicotado divulgação de seminário LGBT que será realizado nesta semana no Congresso

19 mai 2015 - 10h19
(atualizado às 10h36)

Nos últimos dias, políticos conhecidos por militar pelos direitos humanos têm usado as redes sociais para convidar seus seguidores para o 12º Seminário LGBT do Congresso Nacional – realizado na Câmara nas próximas quarta (20) e quinta-feira (21). Nesta segunda, o deputado federal Jean Wyllys (Psol), um dos organizadores, no entanto, acusou o presidente da Casa, Eduardo Cunha (PMDB), de boicotar a divulgação do evento.

“Pela primeira vez em doze anos, o Seminário LGBT do Congresso Nacional não terá os convites oficiais enviados pela presidência e não será ‘publicizado’ pelo site oficial da Câmara dos Deputados. Eduardo Cunha proibiu qualquer tipo de divulgação oficial do seminário, que já foi realizado sob a presidência de parlamentares do PT, do PMDB, do PP e do PCdoB ao longo de mais de uma década, sem restrições”, disse Wyllys.

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Ainda segundo o deputado, Cunha também teria proibido a veiculação de um cartaz, nos corredores do Congresso, que leva a imagem da cantora Daniela Mercury, uma das convidadas especiais do seminário, ao lado de sua esposa.

Cartaz oficial de divulgação do 12º Seminário LGBT do Congresso Nacional
Cartaz oficial de divulgação do 12º Seminário LGBT do Congresso Nacional
Foto: Facebook / Jean Wyllys / Reprodução

“Essa decisão antidemocrática, antirregimental, inconstitucional e autoritária obedece a uma única razão: HOMOFOBIA. O que incomodou Cunha foi a foto do (quase) beijo entre Daniela Mercury e Malu Verçosa que está nas peças”, declarou. “Ele fez de tudo para censurar o beijo. Primeiro, falou que era necessária uma autorização de uso da imagem assinada por Daniela, mesmo ela tendo divulgado a arte no seu site oficial. Daniela enviou a autorização por escrito, mas mesmo assim ele disse não. Não! Ele não vai permitir um beijo lésbico em cartazes e convites oficiais da House of Cunha, o poder legislativo que ele acha ser de sua propriedade pessoal”, completou.

Wyllys ressaltou que o cartaz já havia sido aprovado anteriormente pelas comissões de Cultura, Legislação Participativa e Ciência e Tecnologia, que dividem a organização do evento.

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No site da Câmara dos Deputados é possível encontrar informações do seminário na aba “Câmara Notícias”. A nota explica que, com o tema “Nossa vida d@s outr@s – A empatia é a verdadeira revolução”, o evento discutirá como não só a população LGBT, mas também os negros, as pessoas com deficiência, os estrangeiros e os mais pobres, além de outras minorias historicamente difamadas, são alvo de ódio e discriminação.

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Entre os assuntos que serão discutidos estão o monitoramento de redes sociais, crimes cibernéticos, bullying, expressão letal da injúria e da difamação, liberdade de expressão e discursos de ódio, e o papel das famílias na promoção da tolerância e do respeito. Ele será realizado a pedido dos deputados Jean Wyllys, Luiza Erundina (PSB-SP), Glauber Braga (PSB-RJ), Janete Capiberibe (PSB-AP) e Luciana Santos (PCdoB-PE).

Procurada pelo Terra, a assessoria de imprensa de Eduardo Cunha negou a proibição e disse não conhecer a procedência da denúncia. A equipe do presidente argumentou que o evento será realizado no "salão mais nobre da Casa" e será "transmitido por todos os veículos de comunicação oficiais". Se houve alguma proibição, segundo ela, foi por conta de regras sobre fixação de banners no Congresso. "A comissão pode fazer tranquilamente o que quiser. O que a Câmara não faz é promover eventos que tenham um lado só", concluiu. 

Fonte: Terra
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