1. Para poder julgar o processo do mensalão, os ministros do Supremo Tribunal Federal precisaram tomar conhecimento das 50.389 páginas que a Ação Penal 470 continha. A papelada era dividida em 234 volumes e 500 apensos e ficava guardada em uma sala-cofre do Supremo.
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2. Durante o julgamento do mensalão, a TV Justiça, que transmitiu as sessões, viu a audiência subir. Apesar de ter transmissão via satélite na TV, foi via internet que os números mostraram a repercussão do maior julgamento da história do STF. Na abertura dos trabalhos, no dia 2 de agosto de 2012, foram 50 mil acessos ao site da TV Justiça. Em outros julgamentos, a média era de 1,5 mil.
3. A secretária do publicitário Marcos Valério, Fernanda Karina Somaggio, divulgou, à época do escândalo do mensalão, que estava negociando fazer um ensaio nu para a revista Playboy. O cachê seria de R$ 2 milhões e as fotos incluiriam até poses sobre malas de dinheiro. Mas a ideia do ensaio nunca virou realidade.
4. Ao todo foram ouvidas cerca de 650 testemunhas de defesa em mais de 40 municipios situados em 18 Estados do País e no exterior ao longo de todo o processo.
5. O juíz mais rápido a ouvir as testemunhas do mensalão foi o mineiro Alexandre Buck, que recolheu o depoimento de 98 testemunhas de defesa em três semanas. Considerando que os depoimentos foram dados apenas em dias úteis, a média de testemunhas ouvidas por dia foi de mais de seis.
6. No auge da crise do mensalão, em 2005, o delator do esquema, Roberto Jefferson, apareceu para depor na CPI dos Correios com um olho roxo. O então deputado rechaçou especualções de uma agressão, afirmando que se envolveu em um acidente doméstico.
7. O advogado Leonardo Yarochewsky, que defendia a acusada no mensalão Simone Vasconcelos, citou a novela "Avenida Brasil", que fazia sucesso à época, para criticar o que chamou de banalização do crime de formação de quadrilha. "Até na novela das oito a Carminha disse que ia processar a Nina por formação de quadrilha. É bonito isso, né?", disse Leonardo, se referindo às duas personagens principais e inimigas na trama.
8. O procurador-geral da república, Roberto Gurgel, foi alvo dos advogados durante o processo do mensalão. O advogado Itapoã Prestes de Messias, que defendia o ex-dirigente do PTB Emerson Palmieri, disse que o procurador se parecia com o apresentador Jô Soares: "Vossa excelência tem até uma aparência agradável, gentil, lembra até um pouco o jeito do Jô Soares, um jeito agradável de ser", disse Itapoã.
Já o advogado Maximiliano Leal Telesca Mota, então defensor de Anita Leocádia, citou o compositor Cazuza para atacar Gurgel: "sua piscina está cheia de ratos, mas suas ideias não correspondem aos fatos", disse Maximiliano ao procurador.
10. O então ministro do STF e relator do processo, Joaquim Barbosa, se exaltou e discutiu com outros ministros diversas vezes durante o julgamento. Em uma delas, quando o ministro Ricardo Lewandowski, revisor do processo, teve entendimento diferente dele no julgamento de Emerson Palmieri, Barbosa discutiu fortemente com seu colega.
Quando Lewandowski disse ao relator que não lhe dissesse o que tinha que fazer, Barbosa respondeu: "Faça-o corretamente". O ministro Marco Aurélio entrou no meio da discussão e disse ao relator: "policie a sua linguagem. Não há campo para vossa excelência ficar agredindo os colegas". Barbosa respondeu que sabia usar o vernáculo.
Durante o julgamento dos embargos infringentes, Barbosa discutiu ainda com o ministro Roberto Barroso. O relator não aceitou o julgamento diferente de Barroso e disse: "Sua decisão não é técnica, é simplesmente política". Ao que o ministro respondeu: "há um esforço para depreciar quem pensa diferentemente. Com todo o respeito, é um déficit civilizatório, é a inaceitação do outro."