Joaquim Levy e Barbosa devem ir para Fazenda e Planejamento

Alexandre Tombini, atual presidente do Banco Central, deve ser mantido no cargo, segundo fontes ouvidas pela Reuters

21 nov 2014 - 11h56
(atualizado às 16h36)
<p>Joaquim Levy é atualmente o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco</p>
Joaquim Levy é atualmente o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco
Foto: Wikimedia

A presidente Dilma Rousseff deve anunciar nesta sexta-feira sua nova equipe econômica composta por Nelson Barbosa, Joaquim Levy e Alexandre Tombini, disseram fontes do governo à Reuters.

Segundo uma dessas fontes, no momento já está definido que Tombini seguirá como presidente do Banco Central. As fontes, que falaram sob a condição de anonimato, não disseram quem seria o ministro da Fazenda e quem seria o titular do Planejamento.

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"Será um dia longo", limitou-se a dizer uma das fontes.

Dilma estava reunida nesta manhã com o ministro-chefe da Casa Civil, Aloizio Mercadante. Na agenda da presidente, estavam previstos ainda "despachos internos" na parte da tarde.

Uma fonte do mercado financeiro também disse à Reuters sobre a equipe sendo formada por Levy, Barbosa e Tombini.

Os mercados financeiros reagiam positivamente aos nomes. O dólar e os juros futuros recuavam, enquanto a bolsa subia quase 2%.

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Dilma tinha considerado inicialmente o presidente Bradesco, Luiz Carlos Trabuco, para comandar a Fazenda, mas na fase atual da montagem dos principais titulares da equipe econômica já está fora de cogitação, segundo outra fonte do governo.

A presidente passou então analisar um outro nome do grupo Bradesco para compor sua equipe econômica.

Nelson Barbosa já integrou o governo como secretário-executivo do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, até 2013
Foto: José Cruz / Agência Brasil

Joaquim Levy esteve à frente do Tesouro Nacional na gestão do ex-ministro Antonio Palocci, quando o governo do ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva buscava conquistar a confiança dos agentes econômicos. Levy atualmente é o diretor-superintendente do Bradesco Asset Management, braço de gestão de recursos do Bradesco.

Nelson Barbosa também já integrou o governo, como secretário-executivo do atual ministro da Fazenda, Guido Mantega, até 2013. E enquanto esteve no governo sempre teve proximidade com a presidente. Ele chegou a ser especulado como sucessor de Mantega ainda durante os primeiros anos do governo Dilma.

Tombini preside o BC desde o início do governo e também já teve seu nome especulado para assumir a pasta da Fazenda.

Um indício de que Tombini se manteria na equipe econômica foi sua participação inesperada na reunião de cúpula do G20 na Austrália no último fim de semana.

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Sinais

Uma outra fonte do governo próxima ao assunto disse à Reuters que, diante da preocupação em sinalizar mudanças na política econômica, tem circulado dentro do governo a possibilidade de o atual diretor de Administração do BC, Altamir Lopes, assumir o Tesouro Nacional.

De formação bastante técnica, Lopes é funcionário de carreira da autoridade monetária e conhecido por seu cuidado ao gerenciar finanças. Além disso, quando era chefe do Departamento Econômico do BC, já chegou a trabalhar de maneira próxima a Levy quando este era secretário do Tesouro.

"Precisamos mostrar um política (econômica) clara e bem definida, e isso está bem colocado pelo perfil das pessoas (que devem compor a equipe econômica)", afirmou a fonte, sob condição de anonimato, acrescentando que o objetivo principal dessas mudanças é resgatar a confiança dos agentes econômicos em meio ao cenário político mais sensível devido à operação Lava Jato e suas consequências sobre a Petrobras .

"Estamos falando de uma ameaça de redução de rating do País. A questão da confiança passa pela questão fiscal", afirmou a fonte, referindo-se aos alertas feitos por agências de classificação de risco.

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Sobre a mudança no comando do Banco do Brasil sobe esse novo cenário, a fonte disse que os nomes de Paulo Rogério Caffarelli, atual secretário-executivo do Ministério da Fazenda, e Alexandre Abreu, um dos vice da estatal, continuam no páreo.

Mas circulam também os de Aldo Mendes, atual diretor de Política Monetária do BC e ex-vice-presidente do BB, e de Gustavo Vale, ex-diretor do BC e atual presidente da Infraero.

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