Joice Hasselmann usa meme para ironizar operação da PF contra Carlos Bolsonaro: 'Toc, toc, toc'

Jornalista e ex-deputada federal mandou recado para o ex-aliado nesta segunda-feira, 29

29 jan 2024 - 13h08
(atualizado às 13h24)
Joice Hasselmann usa meme para ironizar operação da PF contra Carlos Bolsonaro: 'Toc, toc, toc'
Joice Hasselmann usa meme para ironizar operação da PF contra Carlos Bolsonaro: 'Toc, toc, toc'
Foto: Reprodução/Redes Sociais

A jornalista e ex-deputada federal Joice Hasselmann, de 45 anos, usou as redes sociais nesta segunda-feira, 29, para mandar um recado para Carlos Bolsonaro (Republicanos-RJ), alvo de uma operação policial. Sorridente e com uma taça na mão, ela fez um 'brinde' em homenagem ao ex aliado:

"Carluxo: 'Toc, toc, toc'. Quem é? 'É a Polícia Federal'", disse Joice antes de erguer a taça propor um brinde.

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A publicação rendeu críticas e elogios. "Estava no aguarde dessa postagem", Se um dia te critiquei, não lembro", escreveram alguns internautas. "Joice, toc toc. Quem é? Não sabe dizer, só acordou de olho roxo e mentiu pra imprensa", alfinetou outro.

Operação da PF

Na manhã desta segunda-feira, 29, a PF deflagrou uma operação para apurar ações do suposto esquema na Agência Brasileira de Inteligência (Abin) que monitorava ilegalmente autoridades públicas e outras pessoas. Carlos Bolsonaro é um dos alvos da ação da polícia, conforme confirmado pelo Terra.

No total, são cumpridos nove mandados de busca e apreensão: cinco no RJ, um em Brasília, um em Formosa (GO) e um em Salvador. Um dos endereços também é a casa de Angra dos Reis (RJ), onde Carlos Bolsonaro passou a noite, segundo apurou a reportagem.

A suspeita da PF é de que Carlos teria recebido "materiais" obtidos ilegalmente pela Abin, de acordo com o blog da jornalista Camila Bomfim, da GloboNews. Assessores também são alvos da ação da Polícia.

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As buscas e apreensões desta segunda-feira miram aliados do "núcleo político" do ex-diretor da Abin e atual deputado federal Alexandre Ramagem (PL-RJ). O parlamentar dirigiu a Abin durante o governo Jair Bolsonaro e foi alvo da PF na semana passada. 

"Nesta nova etapa, a Polícia Federal busca avançar no núcleo político, identificando os principais destinatários e beneficiários das informações produzidas ilegalmente no âmbito da Abin, por meio de ações clandestinas. Nessas ações eram utilizadas técnicas de investigação próprias das polícias judiciárias, sem, contudo, qualquer controle judicial ou do Ministério Público", informou a PF.

Os investigados podem responder pelos seguintes crimes: 

  • invasão de dispositivo informático alheio;
  • organização criminosa; e
  • interceptação de comunicações telefônicas, de informática ou telemática sem autorização judicial ou com objetivos não autorizados em lei.

A reportagem busca contato com Carlos Bolsonaro sobre a operação. O espaço está aberto para manifestações.

Investigação

Na última quinta-feira, 25, a PF deflagrou a Operação Vigilância Aproximada, um desdobramento da Operação Última Milha, de outubro do ano passado. Alexandre Ramagem (PL-RJ) foi alvo de busca e apreensão. Segundo a investigação, o parlamentar usou a estrutura do órgão para fazer espionagens ilegais que favoreceriam a família de Bolsonaro. 

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Conforme a PF, a Abin teria monitorado ilegalmente os ministros do Supremo Tribunal Federal (STF) Gilmar Mendes e Alexandre de Moraes, o ex-presidente da Câmara dos Deputados Rodrigo Maia, a ex-deputada Joice Hasselmann e o ex-governador Camilo Santana, do Ceará, hoje ministro da Educação do governo Lula, entre outras pessoas. A investigação aponta que ferramentas e serviços da Abin foram utilizados para monitorar ilegalmente essas autoridades.

A Abin é o órgão responsável por fornecer informações e análises estratégicas à Presidência da República para contribuir na tomada de decisões. Conforme as investigações, a organização criminosa utilizava ferramentas de geolocalização de dispositivos móveis sem a devida autorização judicial. Sob as orientações de Ramagem, sete policiais federais cumpriam as determinações, monitorando alvos e produzindo relatórios apócrifos que seriam divulgados com o fim de criar narrativas falsas.

A Polícia Federal encontrou, por exemplo, registros de que a Abin tentou produzir provas que relacionassem ministros do STF e deputados federais de oposição ao governo de Bolsonaro ao Primeiro Comando da Capital (PCC). As notícias falsas ligando essas autoridades à organização criminosa circularam em grupos bolsonaristas.

A PF também encontrou documentos que indicam que o sistema de inteligência da Abin foi usado indevidamente para monitorar uma promotora de Justiça do Rio de Janeiro que investigou o assassinato da vereadora Marielle Franco e do motorista Anderson Gomes. Os documentos sobre a promotora teriam a mesma identidade visual de relatórios apócrifos produzidos pela "estrutura paralela" que, segundo os investigadores, teria sido montada na Abin.

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Fonte: Redação Terra
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