O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello (PL), viajou de Chapecó a Blumenau nesta sexta-feira, 13, no avião de um empresário que tem um contrato de R$ 2,5 milhões com a gestão catarinense. Ele estava na companhia do ex-presidente Jair Bolsonaro (PL), que atualmente não tem cargo público e foi ao Vale do Itajaí visitar áreas atingidas por fortes chuvas a convite do aliado.
Os políticos foram à região acompanhados do senador Jorge Seif e da deputada Júlia Zanatta, ambos do PL de Santa Catarina. A aeronave aterrissou com o grupo no aeroporto Quero-Quero, em Blumenau, às 10h32, segundo um portal especializado em aviação. Imagens publicadas em redes sociais mostram Mello e Bolsonaro descendo do jatinho no terminal regional.
Em setembro, a Secretaria de Segurança Pública do Estado, vinculada ao fundo, assinou um aditivo contratual para aumentar a velocidade da internet, de 20 megabits por segundo (Mbps) para 50 Mbps, em 51 pontos de conexão indicados pela pasta. O valor mensal do acordo, para esses acessos, aumentou em R$ 5,6 mil. Ou seja, passou de R$ 115,8 mil para R$ 121,4 mil.
Diretor-presidente da Unifique, o empresário Fabiano Busnardo foi um dos 50 homenageados pelo Ministério das Comunicações em dezembro do ano passado. A pasta organizou a cerimônia "5G Brasil - o legado de um País conectado" para celebrar pessoas e instituições que haviam contribuído com o avanço da tecnologia no Brasil.
A Unifique foi fundada em 1997 na cidade de Timbó, no interior de Santa Catarina. O capital social da empresa, registrado na Receita Federal, é de R$ 30 milhões.
Ex-presidente visita Vale do Itajaí
Bolsonaro, Mello e os parlamentares chegaram a Blumenau após participarem de um ato contra o aborto em Chapecó. Em entrevista ao SBT de Santa Catarina, o ex-presidente disse que o governador do Estado o convidou para sobrevoar as regiões afetadas pelas chuvas. Questionado pela emissora de TV se poderia ajudar na crise, o presidente disse ser um "ex".
"Eu sou ex. Inclusive, me tiraram o direito de me candidatar. Uma coisa absurda, 'tá' certo? Eu faço o possível, nos contatos que eu tenho, mas eu não posso falar nada neste momento, não", disse o ex-presidente, em referência à decisão do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) que o tornou inelegível.
O ex-presidente foi ao Vale do Itajaí dois dias após ministros do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) sobrevoarem a região. Na quarta-feira, 11, a ministra do Meio Ambiente, Marina Silva, e o ministro do Desenvolvimento Regional, Waldez Góes, assinaram um Pacto pela Governança da Água com o governo de Santa Catarina para melhorar a gestão de recursos hídricos.
O Estadão procurou a deputada Júlia Zanatta e perguntou a quem pertencia o avião que o grupo viajou e quem tinha oferecido o transporte. "Não sei", respondeu a parlamentar. "Não faço a mínima ideia. Não perguntei."
Em nota, a Unifique informou que "possui uma cota desta aeronave", e que não a utilizou na data indicada. "Os demais sócios têm a liberdade para utilizá-la consoante as suas respectivas cota-partes", registrou a empresa. "A Cia. reforça que mantém a mais alta governança em seus processos e atua de maneira ética nos seus negócios, e não guarda relação com o episódio relatado."
A reportagem tentou contato com as assessorias do ex-presidente Jair Bolsonaro e do senador Jorge Seif. Não houve retorno.