O ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, se encontrou pelo menos trêz vezes neste mês com advogados de empresas investigadas na Operação Lava Jato, de acordo com reportagem do jornal Folha de S. Paulo.
De acordo com a publicação, eles esperavam receber ajuda do governo para soltar os 11 executivos que estão presos. Em entrevista à Folha, um advogado que participou de um encontro com Cardozo contou que o ministro foi vago, ao dizer que o Supremo Tribunal Federal acabaria soltando os réus. Mas segundo outro advogado, Cardozo garantiu que o governo interferiria junto ao Supremo Tribunal Federal, o Superior Tribunal de Justiça e a Procuradoria Geral da República para que os acusados fossem liberados.
De acordo com a revista Veja, um dos encontros de Cardozo se deu com o advogado da empreiteira UTC, Sergio Renault, no dia seguinte à decisão do STF, e na ocasião, ele teria prometido ao defensor que o rumo dos presos da Operação Lava Jato mudaria "radicalmente" já que oposicionistas estariam envolvidos na apuração.
De acordo com alguns advogados, a situação dos 11 presos teria mudado com a recente decisão do STF de manter livre o ex-diretor de Serviços da estatal, Renato Duque, e que há, pela primeira vez, chances de eles serem soltos. Outros defensores, contudo, não creem que Cardozo tenha influência no tribunal, ainda que o PT tenha indicado sete ministros.
Cardozo confirmou que se encontrou com Sergio Renault, mas negou que eles tenham conversado sobre a Operação Lava Jato.
Reanult, por sua vez, contou que foi ao ministério para almoçar com o advogado Sigmaringa Seixas, ex-deputado do PT. Ambos negaram ter discutido o assunto com o ministro.
A assessoria de imprensa admitiu que Cardozo se reuniu com outros advogados da Lava Jato, mas informou que desconhecia os seus nomes.