O presidente do Supremo Tribunal Federal (STF), Joaquim Barbosa, marcou para este sábado, às 14h, a perícia médica a que será submetido o deputado federal licenciado José Genoino (PT-SP). Genoino está internado no Instituto de Cardiologia do Distrito Federal (IC-DF) desde ontem, quando passou mal no Complexo Penitenciário da Papuda, em Brasília, onde estava preso desde o último sábado.
Logo após ser levado ao IC-DF, Genoino recebeu a informação de que Barbosa concedera parcialmente o pedido feito pela sua defesa para que cumpra sua pena em regime domiciliar ou hospitalar. A decisão foi tomada em caráter provisório, justamente até que saia o laudo que será feito pela junta médica designada na manhã de hoje pelo Supremo. A junta é formada por cardiologistas indicados pela Universidade de Brasília e presidida pelo médico Luiz Fernando Junqueira Junior.
De acordo com a decisão de Barbosa, a junta médica deverá esclarecer se, para o adequado tratamento do condenado, é imprescindível que ela permaneça em sua residência ou internado em unidade hospitalar. A decisão foi dada após a defesa do petista apresentar petição requerendo o encaminhamento de Genoino para "estabelecimento prisional adequado", mais próximo de sua residência, ou para que seja colocado em regime aberto.
No início da tarde desta sexta-feira, o Instituto de Cardiologia do DF divulgou boletim médico com informações sobre o estado de saúde de Genoino. Segundo a nota, o deputado do PT está "estável". Ainda segundo o comunicado, Genoino deverá permanecer internado até que sua pressão arterial esteja controlada.
O boletim médico também afirma que, após a realização de exames laboratoriais e de imagem, os médicos descartaram o infarto agudo do miocárdio, possibilidade que havia sido cogitada pelos advogados de Genoino no dia anterior.
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16 de novembro - Avião da PF com condenados do mensalão chega ao aeroporto de Brasília. Na foto, José Genoino (de camisa rosa) é conduzido por policiais federais
Foto: Pedro França
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16 de novembro - Agente da PF impede que Marcos Valério siga antes de outros condenados no julgamento do mensalão ao chegarem ao IML, em Belo Horizonte. A atitude do agente, que possibilitou a chegada de jornalistas à van onde estava Valério, irritou o operador do esquema de corrupção, que chamou o policial de "incompetente"
Foto: Wesley Rodrigues/Hoje em Dia
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16 de novembro - Avião decola de São Paulo com José Dirceu e José Genoino de Congonhas em direção a Minas Gerais. O destino final dos dois condenados no julgamento do mensalão será Brasília
Foto: Vagner Magalhães
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16 de novembro - Uma aeronave da Polícia Federal, um jato da Embraer com capacidade para 50 pessoas, decolou às 14h27 de São Paulo
Foto: Vagner Magalhães
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16 de novembro - Em Minas Gerais, onde embarcarão outros sete condenados no julgamento do Mensalão, para então voltar para Brasília
Foto: Vagner Magalhães
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16 de novembro - O avião saiu da capital federal na manhã deste sábado
Foto: Vagner Magalhães
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16 de novembro - O avião pousou em São Paulo vindo da capital federal por volta das 13h, permanecendo por volta de uma hora e meia ao lado da pista principal para reabastecer
Foto: Vagner Magalhães
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16 de novembro - José Dirceu e José Genoino já embarcaram no avião da Polícia Federal, que pousou na pista de Congonhas no começo da tarde deste sábado
Foto: Vagner Magalhães
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16 de novembro - O ex-presidente do Partido dos Trabalhadores (PT) José Genoino e o ex-ministro da Casa Civil José Dirceu, deixam o prédio da Polícia Federal em um Corolla escoltado, rumo ao aeroporto de Congonhas, em São Paulo (SP), neste sábado para serem levados a Brasília
Foto: Alex Falcão
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15 de novembro - José Dirceu (ex-ministro-chefe da Casa Civil, considerado chefe da quadrilha do mensalão) foi condenado a 10 anos e 10 meses de prisão em regime inicial fechado
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - Como questionou o crime de quadrilha, cumpre inicialmente pena de sete anos e 11 meses, por crime de corrupção ativa, o que dá direito ao regime semiaberto, quando o preso trabalha de dia e dorme em cadeia específica. Para configurar regime fechado, o tempo de prisão precisa superar oito anos
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - O ex-presidente do PT José Genoino chega à Superintendência da PF
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - Genoino chegou à sede da PF em um carro preto e parou para ser fotografado. Ele entrou no prédio com o semblante fechado, mas com o braço esquerdo levantado
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - A família protestou contra a imprensa na chegada do ex-presidente do PT
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - Rioco Kayano, mulher de Genoino, é vista na Superintendência da PF
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - O advogado Luiz Fernando Pacheco acompanha Genoino
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - Homem protesta durante chegada de envolvidos no esquema do Mensalão, na sede da Polícia Federal em Brasília (DF)
Foto: Beto Nociti
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15 de novembro - Jacinto Lamas (ex-tesoureiro do PL) chega à da Polícia Federal em Brasília (DF). Ele foi condenado a cinco anos de prisão em regime semiaberto
Foto: Beto Nociti
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15 de novembro - Condenada a 12 anos, sete meses e 20 dias de prisão em regime fechado, Simone Vasconcelos (ex-funcionária de Marcos Valério), se entrega à Polícia Federal em Belo Horizonte (MG)
Foto: Douglas Magno/O Tempo
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15 de novembro - O ex-deputado do PTB Romeu Queiroz também se entregou em Belo Horizonte. Ele foi condenado a seis anos e seis meses de prisão em regime inicial semiaberto e não apresentou embargos infringentes
Foto: Douglas Magno/O Tempo
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15 de novembro - Em São Paulo, manifestantes protestam contra a prisão dos envolvidos no Mensalão
Foto: Bruno Santos
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15 de novembro - Kátia Rabello (ex-presidente do Banco Rural) se entrega à PF em Belo Horizonte. Ela teve a pena reduzida de 16 anos e oito meses de prisão para 14 anos e cinco meses, mas continua em regime fechado
Foto: Douglas Magno/O Tempo
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15 de novembro - Marcos Valério (empresário, considerado o operador do mensalão), se entrega na Polícia Federal em Belo Horizonte. Ele foi condenado a a 40 anos, quatro meses e seis dias de prisão, além de multa de R$ 3,062 milhões. Apresentou embargos infringentes para o crime de quadrilha, o que reduziria em dois anos e 11 meses a pena total. O desconto não é suficiente para livrar o réu do regime fechado
Foto: Alberto Wu
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15 de novembro - Ramon Hollerbach na PF de Belo Horizonte. O Ex-sócio de Valério foi condenado a 29 anos, sete meses e 20 dias de prisão em regime fechado, mas entrou com embargos infringentes para questionar todos os crimes, mesmo sem ter os votos favoráveis necessários para parte deles
Foto: Alberto Wu
O mensalão do PT
Em 2007, o STF aceitou denúncia contra os 40 suspeitos de envolvimento no suposto esquema denunciado em 2005 pelo então deputado federal
da Silva. Após o escândalo, o deputado federal José Dirceu deixou o cargo de chefe da Casa Civil e retornou à Câmara. Acabou sendo cassado pelos colegas e perdeu o direito de concorrer a cargos públicos até 2015.
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No relatório da denúncia, a Procuradoria-Geral da República apontou como operadores do núcleo central do esquema José Dirceu, o ex-deputado e ex-presidente do PT José Genoino, o ex-tesoureiro do partido Delúbio Soares e o ex- secretário-geral Silvio Pereira. Todos foram denunciados por formação de quadrilha. Dirceu, Genoino e Delúbio responderam ainda por corrupção ativa.
Em 2008, Sílvio Pereira assinou acordo com a Procuradoria-Geral da República para não ser mais processado no inquérito sobre o caso. Com isso, ele teria que fazer 750 horas de serviço comunitário em até três anos e deixou de ser um dos 40 réus. José Janene, ex-deputado doPP, morreu em 2010 e também deixou de figurar na denúncia.
O relator apontou também que o núcleo publicitário-financeiro do suposto esquema era composto pelo empresário Marcos Valério e seus sócios (Ramon Cardoso, Cristiano Paz e Rogério Tolentino), além das funcionárias da agência SMP&B Simone Vasconcelos e Geiza Dias. Eles responderam por pelo menos três crimes: formação de quadrilha, corrupção ativa e lavagem de dinheiro. A então presidente do Banco Rural, Kátia Rabello, e os diretores José Roberto Salgado, Vinícius Samarane e Ayanna Tenório foram denunciados por formação de quadrilha, gestão fraudulenta e lavagem de dinheiro. O publicitário Duda Mendonça e sua sócia, Zilmar Fernandes, respondem a ações penais por lavagem de dinheiro e evasão de divisas. O ex-ministro da Secretaria de Comunicação (Secom) Luiz Gushiken é processado por peculato. O ex-diretor de Marketing do Banco do Brasil Henrique Pizzolato foi denunciado por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro.
O ex-presidente da Câmara João Paulo Cunha (PT-SP) respondeu processo por peculato, corrupção passiva e lavagem de dinheiro. A denúncia incluía ainda parlamentares do PP, PR(ex-PL), PTB e PMDB. Entre eles o próprio delator, Roberto Jefferson. Em julho de 2011, a Procuradoria-Geral da República, nas alegações finais do processo, pediu que o STF condenasse 36 dos 38 réus restantes. Ficaram de fora o ex-ministro da Comunicação Social Luiz Gushiken e o irmão do ex-tesoureiro do Partido Liberal (PL) Jacinto Lamas, Antônio Lamas, ambos por falta de provas.
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A prisão de condenados por envolvimento no mensalão deu origem a vários memes desde sábado. Entre os 11 primeiros a serem presos, estão João Paulo Cunha (esq.), José Genoino, José Dirceu e Delúbio Soares (dir.)
Foto: Twitter
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Internautas "criam" lata de Coca-Cola Zero sobre o mensalão
Foto: Twitter
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Reação ao gesto feito por José Genoino ao se entregar
Foto: Facebook
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José Genoino e José Dirceu fizeram o mesmo gesto de levantar o braço, e viraram alvo de memes
Foto: Twitter
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Montagem mostra o ex-presidente Luiz Inácio Lula da Silva sendo preso
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Mensagem critica a postura de José Genoino
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Neste meme, José Dirceu pede "sem violência" antes de ir para a prisão
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Detentos "esperam" por José Dirceu na prisão
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O gesto do braço levantado, desta vez com algemas penduradas
Foto: Twitter
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Genoino "voa" pelo espaço neste meme
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O deputado José Genoino é alvo de piadas após fazer um gesto antes de ser preso
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Genoino "vencendo" uma luta
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José Genoino no cartaz do filme 'Avengers'
Foto: Twitter
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Genoino voando com o Super-Homem
Foto: Twitter
A ação penal começou a ser julgada em 2 de agosto de 2012. A primeira decisão tomada pelos ministros foi anular o processo contra o ex-empresário argentino Carlos Alberto Quaglia, acusado de utilizar a corretora Natimar para lavar dinheiro do mensalão. Durante três anos, o Supremo notificou os advogados errados de Quaglia e, por isso, o defensor público que representou o réu pediu a nulidade por cerceamento de defesa. Agora, ele vai responder na Justiça Federal de Santa Catarina, Estado onde mora. Assim, restaram 37 réus no processo.
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No dia 17 de dezembro de 2012, após mais de quatro meses de trabalho, os ministros do STF encerraram o julgamento do mensalão. Dos 37 réus, 25 foram condenados, entre eles Marcos Valério (40 anos e 2 meses), José Dirceu (10 anos e 10 meses), José Genoino (6 anos e 11 meses) e Delúbio Soares (8 anos e 11 meses).
Após a Suprema Corte publicar o acórdão do processo, em 2013, os advogados entraram com os recursos. Os primeiros a serem analisados foram os embargos de declaração, que têm como função questionar contradições e obscuridades no acórdão, sem entrar no mérito das condenações. Em seguida, o STF decidiu, por seis votos a cinco, que as defesas também poderiam apresentar os embargos infringentes, que possibilitariam um novo julgamento para réus que foram condenados por um placar dividido – esses recursos devem ser julgados em 2014.
Em 15 de novembro de 2013, o ministro Joaquim Barbosa decretou as primeiras 12 prisões de condenados, após decisão dos ministros de executar apenas as sentenças dos crimes que não foram objeto de embargos infringentes. Os réus nesta situação eram: José Dirceu, José Genoino, Delúbio Soares, Marcos Valério, Ramon Hollerbach, Cristiano Paz, Kátia Rabello, José Roberto Salgado, Henrique Pizzolato, Simone Vasconcelos, Romeu Queiroz e Jacinto Lamas. Todos eles se apresentaram à Polícia Federal, menos Pizzolato, que fugiu para a Itália.